Tokio Hotel em Wuhlheide: Um puro fogo de artifício de nostalgia

Está um calor sufocante na casa de shows Wuhlheide, lotada, nesta sexta-feira à noite. Fãs de todas as gerações, estilos de vestimenta e preferências por tatuagens aguardam – alguns de vermelho vibrante – o início do show. A multidão se abana em uníssono. Mas o suor vale a pena: Tom Kaulitz havia prometido uma "produção incrível, incrível". O Tokio Hotel cumpriu a promessa – desde a primeira batida.
Mas antes mesmo do show começar, ouve-se o primeiro grito: Heidi Klum abre caminho pela multidão. A reboque: seus filhos e sua mãe. Todas as câmeras de celular estão focadas nela. Mas então um estrondo alto abre a noite. Uma breve queima de fogos de artifício se acende ao lado do palco, e Bill Kaulitz flutua angelicalmente sobre o palco ao som de "Ready, Set, Go". Logo ele se vira para a multidão e explica como está animado. "Olá, Berlim! Este é o nosso maior show em Berlim", grita. "Estamos comemorando 20 anos de 'Durch den Monsun'." No dia: em 15 de agosto de 2005, a música foi tocada pela primeira vez no rádio. A música, que mais tarde se tornou um hit número 1, transformou Bill, Tom, Gustav e Georg de Loitsche em um fenômeno de boy band.

O sucesso internacional deles se reflete nesta noite: sentadas na fileira superior, por exemplo, estão duas amigas francesas, na faixa dos 30 anos, que eram fãs do Ultra há 20 anos. Algumas cadeiras mais abaixo: Elisabeth, 13, de Ottawa, Canadá. Ela viajou com os pais e descobriu a banda nas redes sociais há dois anos. Enquanto as francesas estão particularmente ansiosas pelas músicas antigas, Elisabeth gosta das novas.
A princípio, o som é rock e com influências de metal. Uma exibição pirotécnica ardente acompanha os riffs de guitarra de Tom em "Girl Got a Gun". Como astros do rock experientes, Tom na guitarra, Gustav na bateria e Georg no baixo e teclado, em particular, dominam todos os gêneros, do dark emo rock ao electro-pop de inspiração californiana. Junto com os vocais de Bill, eles soam mais livres e relaxados do que antes, mas musicalmente menos ousados.
O show compensa: Bill, como sempre, banca o apresentador espirituoso, deixa que lhe sirvam champanhe e conta tudo. Ele fica particularmente emocionado durante um discurso em que declara seu amor pela banda. Em uma "câmera de abraço", Heidi forma um coração com os dedos para Tom e a plateia.

O Kraftklub aparece como convidado surpresa no palco para "Fahr mit mir (4x4)". O destaque fica por conta das músicas mais antigas do repertório do Tokio Hotel: "Totgeliebt", "An deiner Seite (Ich bin da)" e "Der letzte Tag", tocadas ao vivo pela última vez em 2008. Hoje, elas brilham com novo esplendor, e um enxame de drones dança acima do palco, pintando mensagens coloridas no céu. A plateia se abraça, alguns se beijando, outros chorando. Há menos gritos do que há 20 anos — até a última música, "Durch den Monsun". Enquanto Bill se apresenta em um palco de um metro de altura, sprinklers refrescam a plateia.
Uma extensa queima de fogos ilumina o céu acima de Berlim Oriental. A plateia está eufórica, gritando junto a cada verso. Por um momento, parece o verão de 2005 novamente. Até os fãs da França e do Canadá cantam a plenos pulmões – apesar das diferentes gerações e línguas. Elisabeth ri e diz: "Eles são demais". O charme do Tokio Hotel daquela época – ainda incendeia.
Berliner-zeitung