Palestina | EUA impõem sanções contra a especialista da ONU Francesca Albanese
Genebra. As Nações Unidas apelaram aos Estados Unidos para que suspendam as sanções contra a relatora da ONU para os Territórios Palestinos, Francesca Albanese. Washington deve revogar imediatamente as sanções, afirmou o Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, na quinta-feira. Além disso, os "ataques e ameaças" contra funcionários nomeados pela ONU ou pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) devem cessar.
A própria Albanese afirmou que as sanções contra ela visavam enfraquecer sua "missão" como Relatora Especial. "Continuarei a fazer o que tenho que fazer", anunciou a italiana. Isso "naturalmente será desafiador", disse ela durante uma visita à capital eslovena, Liubliana, acrescentando: "Estou arriscando tudo o que tenho por isso."
Os EUA anunciaram as sanções contra Albanese na quarta-feira. O Secretário de Estado americano, Marco Rubio, justificou as sanções afirmando que Albanese estava travando uma "campanha de guerra política e econômica" contra os Estados Unidos e Israel. O alcance exato das sanções americanas permaneceu inicialmente incerto.
Os Estados Unidos acusam Francesca Albanese de parcialidade e antissemitismo, segundo o Secretário de Estado americano, Marco Rubio. Ela contatou o Tribunal Penal Internacional para investigar ou prender cidadãos americanos ou israelenses sem informar nenhum dos dois países.
Em relação às sanções, o Departamento de Estado fez referência a uma ordem executiva emitida em fevereiro pelo presidente dos EUA, Donald Trump, contra membros do Tribunal Penal Internacional. Essa ordem permite o congelamento dos bens dos afetados nos EUA e a proibição de entrada desses indivíduos e de seus familiares nos Estados Unidos.
Os EUA estavam reagindo, entre outras coisas, a um relatório apresentado por Albanese em Genebra na semana passada. Nele, ela acusava 48 empresas internacionais de lucrarem primeiro com a "ocupação ilegal e o apartheid" de Israel nos territórios palestinos e agora com o "genocídio" na Faixa de Gaza. Ela citou a Microsoft e a plataforma de viagens Booking.com, entre outras.
Ela pediu que as empresas multinacionais encerrassem suas relações comerciais com Israel se não quisessem ser cúmplices de crimes de guerra na Faixa de Gaza e na Cisjordânia ocupada, e falou de uma "economia de genocídio".
Albanese é Relatora Especial da ONU sobre a situação dos direitos humanos nos Territórios Palestinos desde maio de 2022. Ela foi nomeada pelo Conselho de Direitos Humanos, com sede em Genebra. Nessa função, ela não fala em nome das Nações Unidas. Agências/nd
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