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O corpo de Ashley Vargas, a piloto peruana que desapareceu durante seu voo de formatura, foi encontrado.

O corpo de Ashley Vargas, a piloto peruana que desapareceu durante seu voo de formatura, foi encontrado.
Ashley Vargas
A área onde o tenente peruano desapareceu, na Reserva Nacional de Paracas. Sebastián Castañeda

Os restos mortais da piloto Ashley Vargas, que desapareceu em 20 de maio após um voo de treinamento em Ica, Peru, foram encontrados nesta quinta-feira após duas semanas de intensas buscas com tecnologia marítima avançada e em meio a uma polêmica sobre suposta negligência da Força Aérea (FAP) e o estado de sua aeronave, que a família atribui às autoridades. O corpo de Vargas emergiu, ainda preso ao assento ejetável de sua aeronave KT-1P, no oceano próximo à Praia de Mendieta, na Reserva Nacional de Paracas. A descoberta foi feita graças a um robô operado a partir do navio oceanográfico BAP Carrasco da Marinha, após ter encontrado grande parte da fuselagem da aeronave.

Segundo a FAP, o voo que seria o teste de formatura do segundo-tenente partiu da Base Aérea de Pisco com destino à Ilha de Zárate, mas apenas seis minutos após a decolagem, a torre de controle perdeu contato e o geolocalizador portátil que a equipava nunca ligou. A Força Aérea declarou em comunicado, após a descoberta, que o Plano Nacional de Busca e Salvamento Aeronáutico (SAR) foi acionado imediatamente após o incidente e que recorreu a instituições públicas e privadas para atingir seu objetivo, empregando embarcações hidrográficas, barcos de patrulha marítima e pessoal de mergulho de resgate da Marinha.

A instituição também alegou ter abrigado os pais de Ashley em sua base aérea e fornecido as informações necessárias. No entanto, Edgar Vargas, pai do piloto, e sua família acusaram a FAP de negligência e falta de transparência por não esclarecer o motivo do mau funcionamento do sistema de ejeção da aeronave. Eles também acusaram a instituição de ter removido o laptop de sua filha para adulterá-lo e afirmaram que a primeira parte da aeronave foi encontrada por eles, e não pela FAP.

José Ocampo, advogado da família, afirmou que está preparando uma queixa criminal contra a instituição e seus funcionários. "Na minha perspectiva, isso poderia ser considerado homicídio simples. Se não for comprovado que os assentos eram certificados e que não puderam ser ativados a tempo, estaríamos diante de um caso de potencial dolo", afirmou. A respeito disso, o Comandante da Força Aérea, General Carlos Chávez, acusou Ocampo de não ter conhecimento de aviação e apenas "criar confusão e prejudicar as esperanças da família".

Segundo o advogado, o pai de Ashley entrou no mar às 5h da manhã de quinta-feira, sem colete salva-vidas, na esperança de encontrar a filha. "Porque o amor é mais forte que o medo. Obrigada por não desistirem. Obrigada por estarem lá. Até a encontrarmos", publicou o grupo que iniciou as buscas nas redes sociais, cinco horas antes da operação final que encontrou os restos mortais dela.

A Força Aérea, a Polícia Nacional e o Ministério da Defesa expressaram suas condolências pelo falecimento da oficial que foi condecorada com a Espada de Ouro e conquistou o primeiro lugar em sua classe. "O falecimento de nossa oficial encerra um capítulo de dolorosa incerteza, mas abre outro de profunda reflexão, aprendizado técnico e apoio humano", declarou a Força Aérea, enquanto a Polícia lamentou a perda com a "dor que avassala todos que conheceram sua dedicação, vocação e coragem". "Que ela descanse em paz. Sua dedicação ao país será sempre lembrada com respeito e gratidão", declarou o Ministério da Defesa.

Por sua vez, o Ministério Público anunciou que a Primeira Promotoria Criminal da província de Pisco removerá o corpo do Alferes Vargas para o necrotério. Afirmou que isso dará início a "um processo urgente e inadiável no âmbito da investigação contra os responsáveis ​​pelo crime de homicídio culposo contra o Alferes".

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Renzo Gómez Vega

Jornalista e escritor. Escreveu para os veículos de comunicação peruanos El Comercio e La República, para o semanário Hildebrandt en sus Trece e para o Salud con Lupa. É o fundador da revista digital Sudor.

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