Diário póstumo de Fatima Hassouna, fotojornalista de Gaza: “Se me matarem, não enterrem minhas fotos.”
10 fotos
“Estou ansioso para viver minha vida depois da guerra e tenho certeza de que coisas lindas virão”, disse ele então.
As fotografias neste diário nos permitem entrar em seu mundo e compartilhar seus pensamentos, emoções, medos e frustrações diários diante da destruição que se desenrola diante de seus olhos.
Hassouna autorizou a ONG Plan International, com a qual colaborava, a publicar estas imagens e seus comentários. Após sua morte, e com a aprovação da família, a ONG compartilhou parte deste trabalho fotográfico com o EL PAÍS.
Seu marido, Motaz, disse em uma mensagem de texto enviada pela Plan International que Hassouna lhe disse antes de morrer: "Se me matarem, não enterre minhas fotos. Deixe-os gritar por mim, deixe-os contar minha história, deixe-os expor tudo o que vi e tudo o que não consegui salvar." https://imagenes.elpais.com/resizer/v2/U3R5S3G6XZFFFBSPDAIT5T4YPE.jpeg?auth=81ca78ec3e7987005896187a3df593c8b5934f8106d473c63011a5534313aff0&width=828 640w, https://imagenes.elpais.com/resizer/v2/U3R5S3G6XZFFFBSPDAIT5T4YPE.jpeg?auth=81ca78ec3e7987005896187a3df593c8b5934f8106d473c63011a5534313aff0&width=980 1000w, https://imagenes.elpais.com/resizer/v2/U3R5S3G6XZFFFBSPDAIT5T4YPE.jpeg?auth=81ca78ec3e7987005896187a3df593c8b5934f8106d473c63011a5534313aff0&width=1960 1960w" width="414" sizes="(min-width:1199px) 1155px,(min-width:1001px) calc(100vw - 44px),(min-width:768px) 767px, 100vw" src="https://imagenes.elpais.com/resizer/v2/U3R5S3G6XZFFFBSPDAIT5T4YPE.jpeg?au th=81ca78ec3e7987005896187a3df593c8b5934f8106d473c63011a5534313aff0&largura=414">Esta menina sorridente é Fatima Hassouna, uma palestina de Gaza, ativista dos direitos dos jovens e fotojornalista que capturou os bombardeios, a devastação e o cotidiano que tentava construir em meio à tragédia humanitária. Em 16 de abril, uma bomba israelense a matou, juntamente com outros 10 membros de sua família em Gaza. Ela tinha 25 anos. No dia anterior, ela soube que o documentário "Put Your Soul on Your Hand and Walk", que o diretor iraniano Sepideh Farsi conseguiu criar graças às videochamadas que tiveram, havia sido selecionado para o Festival de Cinema de Cannes, que aconteceu semanas depois. Durante 18 meses, Hassouna documentou o que via ao seu redor, e seu trabalho foi publicado em diversos meios de comunicação. Ela queria que o mundo soubesse e agisse para caminhar em direção à paz. Em janeiro de 2025, ela celebrou o cessar-fogo e se permitiu sonhar com um futuro melhor:
“Estou ansioso para viver minha vida depois da guerra e tenho certeza de que coisas lindas virão”, disse ele então.
As fotografias neste diário nos permitem entrar em seu mundo e compartilhar seus pensamentos, emoções, medos e frustrações diários diante da destruição que se desenrola diante de seus olhos.
Hassouna autorizou a ONG Plan International, com a qual colaborava, a publicar estas imagens e seus comentários. Após sua morte, e com a aprovação da família, a ONG compartilhou parte deste trabalho fotográfico com o EL PAÍS.
Seu marido, Motaz, disse em uma mensagem de texto enviada pela Plan International que Hassouna lhe disse antes de morrer: "Se me matarem, não enterre minhas fotos. Deixe-os gritar por mim, deixe-os contar minha história, deixe-os expor tudo o que vi e tudo o que não consegui salvar."Plan InternationalUma cidade de fantasmas: "Esta é a minha cidade, Gaza, e era assim que ela parecia em 5 de maio de 2024: ruas cobertas de areia, casas demolidas, infraestrutura destruída... Todos os lugares que amávamos se tornaram um vasto vazio nas ruas e Gaza foi transformada em um
Cidade dos fantasmas. Esta é a Rua Al-Mukhabarat. Costumava ser uma das avenidas mais movimentadas, levando ao mar e passando, por exemplo, pelo Hotel Al-Mathaf e outros lugares que as pessoas gostavam de visitar. Mas hoje só consigo ver as cicatrizes da destruição, e tive dificuldade em reconhecê-las quando cheguei. "Tudo o que nos era querido nos foi tirado!"Fatima Hassouna (Plan International) voltar a ser o que eram."
Segundo dados do Ministério da Saúde Palestino, que a ONU utiliza como referência, desde outubro de 2023, ataques israelenses mataram pelo menos 58.000 palestinos, dos quais 17.000 eram crianças. Vários milhares, se sobreviverem, carregam consequências físicas e psicológicas de seus ferimentos para o resto da vida. https://imagenes.elpais.com/resizer/v2/AWZWDP5SJNF3NCJ7LGM66YE27A.jpg?auth=5300f81158bd91411b998c2cb2675d0aebc8aafdd981bdbb9762ab4e17c0b829&width=828 640w, https://imagenes.elpais.com/resizer/v2/AWZWDP5SJNF3NCJ7LGM66YE27A.jpg?auth=5300f81158bd91411b998c2cb2675d0aebc8aafdd981bdbb9762ab4e17c0b829&width=980 1000w, https://imagenes.elpais.com/resizer/v2/AWZWDP5SJNF3NCJ7LGM66YE27A.jpg?auth=5300f81158bd91411b998c2cb2675d0aebc8aafdd981bdbb9762ab4e17c0b829&width=1960 1960w" width="414" sizes="(min-width:1199px) 1155px,(min-width:1001px) calc(100vw - 44px),(min-width:768px) 767px, 100vw" src="https://imagenes.elpais.com/resizer/v2/AWZWDP5SJNF3NCJ7LGM66YE27A.jpg?auth=5300f81158bd91411b998c2cb2675d0aebc8aafdd981bdbb9762ab4e17c0b829&width=414">Uma geração em sofrimento: "Não há nada mais triste em Gaza do que olhar para as crianças. Muitas carregam muito mais peso do que o apropriado para a sua idade. Em vez de estarem em escolas ou parques, elas vivem em suas escolas e enfrentam a guerra com um pequeno prato vazio de comida nas mãos e pés descalços, como a menina na foto. Nem sempre fico feliz tirando essas fotos. Pelo contrário, essas cenas me entristecem profundamente e me partem o coração. Os menores desta cidade não suportam tal exaustão. Mas meu único consolo é a esperança de que esta geração um dia se levante contra a injustiça e que as escolas e os parques...
voltar a ser o que eram."
Segundo dados do Ministério da Saúde Palestino, que a ONU utiliza como referência, desde outubro de 2023, os ataques israelenses mataram pelo menos 58.000 palestinos, 17.000 dos quais eram crianças. Vários milhares, se sobreviverem, carregam cicatrizes físicas e psicológicas para o resto da vida devido aos ferimentos.Fatima Hassouna (Plan International) A infância como ela deveria ser." srcset="https://imagenes.elpais.com/resizer/v2/ZM6ZVDOWJREJNPHG5NS27FLMNQ.jpg?auth=8c8ff0e41694ca53d607061961705cb88bc604d746a5d3dfe4aad85078251f62&width=414 414w, https://imagenes.elpais.com/resizer/v2/ZM6ZVDOWJREJNPHG5NS27FLMNQ.jpg?auth=8c8ff0e41694ca53d607061961705cb88bc604d746a5d3dfe4aad85078251f62&width=828 640w, https://imagenes.elpais.com/resizer/v2/ZM6ZVDOWJREJNPHG5NS27FLMNQ.jpg?auth=8c8ff0e41694ca53d607061961705cb88bc604d746a5d3dfe4aad85078251f62&width=980 1000w, https://imagenes.elpais.com/resizer/v2/ZM6ZVDOWJREJNPHG5NS27FLMNQ.jpg?auth=8c8ff0e41694ca53d607061961705cb88bc604d746a5d3dfe4aad85078251f62&width=1960 1960w" largura="414" tamanhos="(largura mínima:1199px) 1155px,(largura mínima:1001px) calc(100vw - 44px),(largura mínima:768px) 767px, 100vw" src="https://imagenes.elpais.com/resizer/v2/ZM6ZVDOWJREJNPHG5NS27FLMNQ.jpg?auth=8c8ff0e41694ca53d607061961705cb88bc604d746a5d3dfe4aad85078251f62&width=414">Rosa sobre fundo cinza: "Gaza, minha Gaza, é um dos lugares mais contraditórios do mundo. Em meio a tanta destruição, você encontra esta barraca cheia de brinquedos coloridos que contrastam radicalmente com os tons opacos da devastação e da morte. Para mim, é um sinal claro de desafio diante da opressão, de que ainda há esperança para um futuro melhor. A imagem transmite que há vida nas ruas, mesmo tendo sido recentemente bombardeadas, e que as pessoas são resilientes porque, apesar do risco diário de morrer, saem para viver. Tirei esta foto em junho de 2024 porque, mesmo que matem todas as crianças, outras nascerão, carregarão esses brinquedos nas mãos e um dia viverão suas vidas."
infância como ela deveria ser."Fatima Hassouna (Plan International) Agora, tornou-se um campo para deslocados, para famílias que fugiram de suas casas porque foram destruídas ou por medo de serem atacadas. Mulheres que perderam tudo sentam-se nestes degraus. Algumas perderam seus maridos, filhos e filhas. Cada uma carrega sua própria história pesada. Essas mulheres palestinas vivem literalmente nos degraus, em espaços minúsculos onde famílias inteiras precisam dormir. De tempos em tempos, elas se sentam e olham para o horizonte, como nesta fotografia tirada em novembro de 2024. Imagino que elas vejam imensas montanhas de preocupações à sua frente.
"srcset="https://imagenes.elpais.com/resizer/v2/MZXIULRAHJA6JEJKFQMDQ6DZJA.jpg?auth=0dc99373ca65ce700d195788a15fb8903b7dc8001b3b9a0184bef5081cf0c071&width=414 414w, https://imagenes.elpais.com/resizer/v2/MZXIULRAHJA6JEJKFQMDQ6DZJA.jpg?auth=0dc99373ca65ce700d195788a15fb8903b7dc8001b3b9a0184bef5081cf0c071&width=828 640w, https://imagenes.elpais.com/resizer/v2/MZXIULRAHJA6JEJKFQMDQ6DZJA.jpg?auth=0dc99373ca65ce700d195788a15fb8903b7dc8001b3b9a0184bef5081cf0c071&width=980 1000w, https://imagenes.elpais.com/resizer/v2/MZXIULRAHJA6JEJKFQMDQ6DZJA.jpg?auth=0dc99373ca65ce700d195788a15fb8903b7dc8001b3b9a0184bef5081cf0c071&width=1960 1960w" width="414" tamanhos="(largura mínima:1199px) 1155px,(largura mínima:1001px) calc(100vw - 44px),(largura mínima:768px) 767px, 100vw" src="https://imagenes.elpais.com/resizer/v2/MZXIULRAHJA6JEJKFQMDQ6DZJA.jpg?auth=0dc99373ca65ce700d195788a15fb8903b7dc8001b3b9a0184bef5081cf0c071&width=414">O futebol era jogado aqui: "Este é o Estádio Yarmouk, na Cidade de Gaza. Antigamente, ele era tomado pela torcida que vinha assistir aos jogos.
Agora, tornou-se um campo para deslocados, para famílias que fugiram de suas casas porque foram destruídas ou por medo de serem atacadas. Mulheres que perderam tudo sentam-se nestes degraus. Algumas perderam seus maridos, filhos e filhas. Cada uma carrega sua própria história pesada. Essas mulheres palestinas vivem literalmente nos degraus, em espaços minúsculos onde famílias inteiras precisam dormir. De tempos em tempos, elas se sentam e olham para o horizonte, como nesta fotografia tirada em novembro de 2024. Imagino que elas vejam imensas montanhas de preocupações à sua frente.
Fátima Hassouna (Plano Internacional) Nele você pode ver o salão principal, onde aconteciam leituras de poesia, peças teatrais e festas. Às vezes, era convertido em cinema, já que não há cinema em Gaza.
cinemas. Era um lugar reverenciado por nós, amantes da arte.
Quando entrei pela primeira vez depois do bombardeio, senti vontade de chorar. Eles tiraram de mim algo que não tinham o direito de tirar. Mas eu sei, no fundo, que eles não podem tirar isso de mim, porque este lugar é parte de mim.
da minha identidade, uma identidade firme, não importa o quanto as circunstâncias mudem." srcset="https://imagenes.elpais.com/resizer/v2/JXWYTHDH7RDPLP2UHFPQDFH3Z4.jpg?auth=9df9dcb7c1214d2679e22abd2a0f58adbe318875a9212363be893f9cbe55a6c7&width=414 414w, https://imagenes.elpais.com/resizer/v2/JXWYTHDH7RDPLP2UHFPQDFH3Z4.jpg?auth=9df9dcb7c1214d2679e22abd2a0f58adbe318875a9212363be893f9cbe55a6c7&width=828 640w, https://imagenes.elpais.com/resizer/v2/JXWYTHDH7RDPLP2UHFPQDFH3Z4.jpg?auth=9df9dcb7c1214d2679e22abd2a0f58adbe318875a9212363be893f9cbe55a6c7&width=980 1000w, https://imagenes.elpais.com/resizer/v2/JXWYTHDH7RDPLP2UHFPQDFH3Z4.jpg?auth=9df9dcb7c1214d2679e22abd2a0f58adbe318875a9212363be893f9cbe55a6c7&width=1960 1960w" width="414" sizes="(min-width:1199px) 1155px,(min-width:1001px) calc(100vw - 44px),(min-width:768px) 767px, 100vw" src="https://imagenes.elpais.com/resizer/v2/JXWYTHDH7RDPLP2UHFPQDFH3Z4.jpg?auth=9df9dcb7c1214d2679e22abd2a0f58adbe318875a9212363be893f9cbe55a6c7&width=414">Meu santuário roubado: "Este lugar é o Centro Cultural Rashad Al-Shawa, um dos mais importantes de Gaza e um local profundamente gravado na minha memória. A imagem à esquerda é de novembro de 2024, e a da direita é de antes do bombardeio.
Nele você pode ver o salão principal, onde aconteciam leituras de poesia, peças teatrais e festas. Às vezes, era convertido em cinema, já que não há cinema em Gaza.
cinemas. Era um lugar reverenciado por nós, amantes da arte.
Quando entrei pela primeira vez depois do bombardeio, senti vontade de chorar. Eles tiraram de mim algo que não tinham o direito de tirar. Mas eu sei, no fundo, que eles não podem tirar isso de mim, porque este lugar é parte de mim.
da minha identidade, uma identidade firme, não importa o quanto as circunstâncias mudem."Fatima Hassouna (Plan International) trabalho. Ele costumava sentar-se no sótão de sua casa - que aparece destruída nesta foto - e
Ele desenhou belas imagens, que eram sua voz e a voz do povo palestino para o mundo.
O local onde esta imagem foi tirada, em abril de 2024, já não existe. A casa desapareceu, o sótão
Mahasen e seus projetos desapareceram. Mas seu desejo se tornou realidade: sua arte continua viva e muitas pessoas ao redor do mundo sabem hoje que ela morreu perseguindo sua
sonhar"." srcset="https://imagenes.elpais.com/resizer/v2/OXVQOFDWXZC4LLTKQAVQKO6HYQ.JPG? autenticação = c12335a91620bc52c0cfb8a825d5e4ad2643dfc2b4238cb6583816b35561b5a9 e largura = 414 414w, https://imagenes.elpais.com/resizer/v2/OXVQOFDWXZC4LLTKQAVQKO6HYQ.JPG?auth=c12335a91620bc52c0cfb8a825d5e4ad2643dfc2b4238cb6583816b35561b5a9&width=828 640w, https://imagenes.elpais.com/resizer/v2/OXVQOFDWXZC4LLTKQAVQKO6HYQ.JPG?auth=c12335a91620bc52c0cfb8a825d5e4ad2643dfc2b4238cb6583816b35561b5a9&width=980 1000w, https://imagenes.elpais.com/resizer/v2/OXVQOFDWXZC4LLTKQAVQKO6HYQ.JPG?auth=c12335a91620bc52c0cfb8a825d5e4ad2643dfc2b4238cb6583816b35561b5a9&width=1960 1960w" width="414" tamanhos="(largura mínima:1199px) 1155px,(largura mínima:1001px) calc(100vw - 44px),(largura mínima:768px) 767px, 100vw" src="https://imagenes.elpais.com/resizer/v2/OXVQOFDWXZC4LLTKQAVQKO6HYQ.JPG?aut h=c12335a91620bc52c0cfb8a825d5e4ad2643dfc2b4238cb6583816b35561b5a9&width=414">Inesquecível: “Esta é a artista Mahasen Al-Khatib, minha amiga. Ela morreu no bombardeio israelense do campo de refugiados de Jabalia, no norte de Gaza, em outubro de 2024. Mahasen foi um exemplo para mim e para muitos. Ela não deixou que a guerra interrompesse seu trabalho.”
trabalho. Ele costumava sentar-se no sótão de sua casa - que aparece destruída nesta foto - e
Ele desenhou belas imagens, que eram sua voz e a voz do povo palestino para o mundo.
O local onde esta imagem foi tirada, em abril de 2024, já não existe. A casa desapareceu, o sótão
Mahasen e seus projetos desapareceram. Mas seu desejo se tornou realidade: sua arte continua viva e muitas pessoas ao redor do mundo sabem hoje que ela morreu perseguindo sua
sonho."Fatima Hassouna (Plan International) aquele em que você chegou." Imagem tirada com a Cidade de Gaza ao fundo em outubro de 2024. srcset="https://imagenes.elpais.com/resizer/v2/FV2HSZAABFD7RJ23SB6BS7E5OQ.JPG?auth=6f9fa9201008ec09e56beefee1163d90f1dbccd0398c661e0cda4a87acb86041&width=414 414w, https://imagenes.elpais.com/resizer/v2/FV2HSZAABFD7RJ23SB6BS7E5OQ.JPG?auth=6f9fa9201008ec09e56beefee1163d90f1dbccd0398c661e0cda4a87acb86041&width=828 640w, https://imagenes.elpais.com/resizer/v2/FV2HSZAABFD7RJ23SB6BS7E5OQ.JPG?auth=6f9fa9201008ec09e56beefee1163d90f1dbccd0398c661e0cda4a87acb86041&width=980 1000w, https://imagenes.elpais.com/resizer/v2/FV2HSZAABFD7RJ23SB6BS7E5OQ.JPG?auth=6f9fa9201008ec09e56beefee1163d90f1dbccd0398c661e0cda4a87acb86041&width=1960 1960w" width="414" sizes="(min-width:1199px) 1155px,(min-width:1001px) calc(100vw - 44px),(min-width:768px) 767px, 100vw" src="https://imagenes.elpais.com/resizer/v2/FV2HSZAABFD7RJ23SB6BS7E5OQ.JPG?auth=6f9fa9201008ec09e56beefee1163d90f1dbccd0398c661e0cda4a87acb86041&width=414">O poder do mar: "Quanto mais tento explicar a relação que nós, moradores de Gaza, temos com o mar, menos sentido minhas palavras parecem fazer. O mar tem sido nossa única fuga durante toda a nossa vida. Mesmo que tenham tentado nos manter longe dele, não conseguiram. Nada pode nos separar do Mediterrâneo. Aqui, quando alguém precisa respirar, vai até o mar. Só de ver sua imensidão é suficiente para sentir que você pode respirar novamente, que você pode seguir em frente com um pouco mais de paz do que com
Aquele em que você chegou." Imagem tirada com a Cidade de Gaza ao fundo em outubro de 2024.Fatima Hassouna (Plan International) Israel encerrou o cessar-fogo em meados de março. Desde então, o cerco a Gaza se intensificou e os bombardeios continuaram ininterruptos. Desde o fim da trégua, os ataques israelenses mataram mais de 7.000 pessoas, segundo dados do Ministério da Saúde palestino. https://imagenes.elpais.com/resizer/v2/YDGUIJMW5BD3RP2Z3LBMDV64KQ.jpg?auth=f28c66c69a3e7c3a1b7cb78391e561d10c4d4f129bdd815701b90961b5ea59f3&width=828 640w, https://imagenes.elpais.com/resizer/v2/YDGUIJMW5BD3RP2Z3LBMDV64KQ.jpg?auth=f28c66c69a3e7c3a1b7cb78391e561d10c4d4f129bdd815701b90961b5ea59f3&width=980 1000w, https://imagenes.elpais.com/resizer/v2/YDGUIJMW5BD3RP2Z3LBMDV64KQ.jpg?auth=f28c66c69a3e7c3a1b7cb78391e561d10c4d4f129bdd815701b90961b5ea59f3&width=1960 1960w" width="414" sizes="(min-width:1199px) 1155px,(min-width:1001px) calc(100vw - 44px),(min-width:768px) 767px, 100vw" src="https://imagenes.elpais.com/resizer/v2/YDGUIJMW5BD3RP2Z3LBMDV64KQ.jpg?aut h=f28c66c69a3e7c3a1b7cb78391e561d10c4d4f129bdd815701b90961b5ea59f3&largura=414">Retorno: "Não há nada mais belo do que voltar para casa, apesar das dificuldades da estrada, da dificuldade de chegar e da longa espera. Sempre vale a pena. O momento em que você respira o ar da sua terra e do seu lar é mais precioso do que qualquer outro. Esta cena avassaladora permanecerá gravada em minha memória até o dia da minha morte e será uma lembrança para toda uma geração depois de mim, que poderá desfrutar do significado de voltar para casa, da palavra 'lar' e do prazer de chegar depois de uma longa e árdua espera." A imagem foi tirada em janeiro de 2025, após a declaração de uma trégua, quando milhares de deslocados de Gaza no sul da Faixa de Gaza retornaram às suas casas ou ao que restou delas em áreas mais ao norte.
Israel encerrou o cessar-fogo em meados de março. Desde então, o cerco a Gaza se intensificou e os bombardeios continuaram ininterruptos. Desde o fim da trégua, os ataques israelenses mataram mais de 7.000 pessoas, segundo dados do Ministério da Saúde palestino.Fatima Hassouna (Plan International) Não consigo imaginar o que estavam dizendo um ao outro, ou talvez o silêncio bastasse para dizer tudo. Porque às vezes não há palavras para expressar a tristeza que sentimos pelo que estamos testemunhando. Talvez um deles tivesse perdido a casa ou alguém que amava. Talvez estivessem calculando quando o avião com ajuda humanitária chegaria, contando as horas. Naquele dia em particular, o avião não chegou e todos voltaram de mãos vazias.
Segundo a ONU, os dois milhões de habitantes de Gaza estão morrendo de fome e, destes, mais de meio milhão estarão em situação catastrófica até setembro, se nada mudar. Antes do início desta guerra, 500 caminhões de ajuda humanitária entravam na Faixa de Gaza todos os dias. Hoje, a assistência chega aos poucos, e a Faixa de Gaza carece até mesmo dos itens mais essenciais para a sobrevivência de seus dois milhões de habitantes, a começar por farinha, remédios e leite em pó. Desde maio, vários centros de distribuição de alimentos foram montados, orquestrados por uma fundação opaca apoiada pelos Estados Unidos e Israel, mas operando fora da ONU, onde mais de 600 moradores de Gaza famintos foram mortos a tiros pelo exército israelense, de acordo com o Escritório de Direitos Humanos das Nações Unidas. " srcset="https://imagenes.elpais.com/resizer/v2/QR4CETIH3RFO7K663P7XWOYBFM.jpg?auth=ddbfaa4c82cf769fc8a609ff7f0844912413cd24c5aeb42a9e4856a0e7b2a241&width=414 414w, https://imagenes.elpais.com/resizer/v2/QR4CETIH3RFO7K663P7XWOYBFM.jpg?auth=ddbfaa4c82cf769fc8a609ff7f0844912413cd24c5aeb42a9e4856a0e7b2a241&width=828 640w, https://imagenes.elpais.com/resizer/v2/QR4CETIH3RFO7K663P7XWOYBFM.jpg?auth=ddbfaa4c82cf769fc8a609ff7f0844912413cd24c5aeb42a9e4856a0e7b2a241&width=980 1000w, https://imagenes.elpais.com/resizer/v2/QR4CETIH3RFO7K663P7XWOYBFM.jpg?auth=ddbfaa4c82cf769fc8a609ff7f0844912413cd24c5aeb42a9e4856a0e7b2a241&width=1960 1960w" width="414" tamanhos="(largura mínima:1199px) 1155px,(largura mínima:1001px) calc(100vw - 44px),(largura mínima:768px) 767px, 100vw" src="https://imagenes.elpais.com/resizer/v2/QR4CETIH3RFO7K663P7XWOYBFM.jpg?auth=ddbfaa4c82cf769fc8a609ff7f0844912413cd24c5aeb42a9e4856a0e7b2a241&width=414">A Longa Espera: "Tirei esta fotografia em maio de 2024 na área da praia de Al-Sudaniya, um local onde aviões costumavam desembarcar para lançar ajuda humanitária. Estes dois homens estavam sentados em uma grande duna, esperando a chegada de um avião. Eles estavam lá há muito tempo, desde as seis da manhã, junto com muitas outras pessoas que também esperavam.
Não consigo imaginar o que estavam dizendo um ao outro, ou talvez o silêncio bastasse para dizer tudo. Porque às vezes não há palavras para expressar a tristeza que sentimos pelo que estamos testemunhando. Talvez um deles tivesse perdido a casa ou alguém que amava. Talvez estivessem calculando quando o avião com ajuda humanitária chegaria, contando as horas. Naquele dia em particular, o avião não chegou e todos voltaram de mãos vazias.
Segundo a ONU, os dois milhões de habitantes de Gaza estão morrendo de fome e, destes, mais de meio milhão estarão em situação catastrófica até setembro, se nada mudar. Antes do início desta guerra, 500 caminhões de ajuda humanitária entravam na Faixa de Gaza todos os dias. Hoje, a ajuda chega aos poucos, e a Faixa de Gaza carece até mesmo dos itens mais essenciais para a sobrevivência de seus dois milhões de habitantes, a começar por farinha, remédios e leite em pó. Desde maio, vários centros de distribuição de alimentos foram montados, orquestrados por uma fundação opaca apoiada pelos Estados Unidos e Israel, mas operando fora da ONU, onde mais de 600 moradores de Gaza famintos foram mortos a tiros pelo exército israelense, segundo o Escritório de Direitos Humanos das Nações Unidas.Fatima Hassouna (Plan International)