O México propõe um imposto de 8% sobre videogames violentos, gerando alarme global.

Discutir o preço dos videogames é sempre um assunto delicado. Jogadores e especialistas do setor sabem que qualquer aumento de preço gera reações imediatas. Agora, o México se tornou o foco da atenção global após anunciar uma medida sem precedentes: um imposto de 8% sobre videogames violentos como parte do Pacote Econômico de 2026.
O plano, apresentado pelo governo de Claudia Sheinbaum , busca incluir os videogames nos chamados "Impostos Saudáveis", junto com bebidas açucaradas e tabaco.
A justificativa oficial: "desencorajar o consumo de filmes violentos devido ao seu suposto impacto na saúde e na segurança".
Se aprovadas, franquias como Battlefield, Mortal Kombat e DOOM teriam um aumento imediato de preço. O imposto se aplicaria tanto aos formatos físicos quanto digitais, incluindo serviços de jogos online.
O Departamento do Tesouro estima que esse imposto poderia arrecadar até 183 milhões de pesos , destinados à saúde pública. No entanto, a comunidade gamer já o vê como uma estratégia de arrecadação de receitas que poderia aumentar os preços dos videogames em todo o mundo , caso outros países sigam o exemplo.
Sheinbaum explicou que "não se trata de proibir, mas sim de inibir o consumo de videogames violentos".
Suas palavras lembraram os comentários de Andrés Manuel López Obrador (AMLO) em 2021, quando ele acusou os videogames de promoverem violência, racismo e crime entre os jovens.
Esse discurso, que aponta os videogames como bode expiatório, é preocupante. Para muitos, é uma tentativa de desviar a atenção dos verdadeiros problemas de criminalidade do país.
Evidências científicas sugerem o contrário. Estudos internacionais mostram que não há correlação direta entre jogar Call of Duty, GTA ou outros títulos violentos e o aumento da criminalidade.
Se fosse esse o caso, cada lançamento dessas séries desencadearia imediatamente um aumento na criminalidade, algo que nunca aconteceu. O México já possui sistemas de classificação indicativa que regulam o acesso de menores, o que torna essa proposta ainda mais controversa.
Além do México, o maior receio é que esse imposto sobre videogames violentos possa servir de precedente em outros países. Se governos da Europa ou da América Latina o adotarem, os preços poderão disparar e prejudicar toda a indústria.
Os jogadores já chamaram a medida de "a pior ideia possível" porque ela ameaça mudar as regras de um mercado onde cada peso conta.
La Verdad Yucatán