Estas são as marcas mais valiosas do mundo, segundo a Kantar

Desde 2006, o valor total das marcas mais valiosas do mundo experimentou um crescimento significativo. De acordo com o último relatório da Kantar BrandZ, o Global Top 100 adicionou mais de US$ 9,3 trilhões, atingindo um valor total de US$ 10,7 trilhões até 2025.

Nesta 20ª edição do ranking BrandZ Most Valuable Global Brands, a Kantar destaca como o cenário de valor da marca mudou drasticamente nas últimas duas décadas.

Atualmente, as marcas americanas respondem por 82% do valor total do Global Top 100, um aumento significativo em relação aos 63% de 2006. No entanto, o crescimento das marcas chinesas e as flutuações econômicas globais podem mudar essa tendência nos próximos anos.

A ascensão das marcas chinesas foi evidente, dobrando seu valor e atingindo 6% do ranking total. Ao mesmo tempo, as marcas europeias perderam terreno, passando de representar 26% em 2006 para apenas 7% em 2025.

"Mesmo durante crises econômicas, as marcas mais valiosas do mundo superaram consistentemente o S&P 500 e o MSCI World Index nos últimos 20 anos", afirma Jorge Torres, presidente da Kantar Insights Colômbia.

"Esta é uma prova irrefutável do valor do marketing. Marcas que mantêm uma presença consistente e coerente conseguem se diferenciar e sustentar seu valor, mesmo em tempos de incerteza", afirmou.

O executivo também ressalta a importância de não reduzir o investimento em marketing, principalmente em momentos de volatilidade econômica. "Marcas são construídas por meio da exposição contínua. As mais bem-sucedidas conseguem se diferenciar a ponto de os consumidores estarem dispostos a pagar mais por elas, mesmo quando a economia enfrenta desafios", acrescenta Torres.

O ranking BrandZ 2025 destaca o progresso de marcas como a sueca Spotify, que voltou ao Global Top 100. Também se destacam a indiana Airtel, a marca de telecomunicações que mais cresce no mundo, e a argentina Mercado Libre, a única empresa latino-americana na lista. Por outro lado, a varejista espanhola Zara obteve uma ascensão significativa, consolidando sua posição como uma das marcas europeias mais fortes no ranking.

"Marcas inovadoras que redefinem seu setor ou se reinventam constantemente representam 71% do valor adicional gerado desde 2006. Este é um indicador claro do poder da disrupção", observa Torres.

"Pense na Uber, na Booking.com e, mais recentemente, na ChatGPT. Elas transformaram seus respectivos setores, passando de serviços simples para marcas globais que impactam a vida cotidiana", observa.

O Global Top 100 atingiu o valor recorde de US$ 10,7 trilhões, o que representa um aumento de 29% em comparação ao ano anterior. De acordo com o relatório, esse crescimento foi impulsionado principalmente por marcas inovadoras e impulsionadas pela tecnologia.

Torres explica que "em um mundo digitalmente saturado, as marcas precisam se conectar emocionalmente com seus consumidores e oferecer algo único. Apple, Instagram e McDonald's têm mantido uma experiência consistente e memorável , o que lhes permitiu manter sua relevância".

O relatório também destaca alguns setores que enfrentam desafios. Por exemplo, o setor de alimentos e bebidas teve um leve declínio de 1%, enquanto o setor de luxo caiu 2% devido à demanda mais fraca na China. No entanto, marcas como Chipotle e Aldi conseguiram manter sua relevância adaptando-se às novas tendências de consumo.

"A ascensão do ChatGPT é um lembrete de que o valor da marca não depende apenas do produto, mas também de como uma empresa se integra à vida cotidiana do consumidor", conclui Torres.

Para o executivo, "a IA está mudando rapidamente o cenário competitivo, e a OpenAI precisará continuar investindo em sua marca para sustentar essa vantagem ", observou.