Reações à decisão do Tribunal de retirar à CNE a capacidade de investigar o Presidente Gustavo Petro

A decisão do Tribunal Constitucional de declarar o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) incompetente para investigar o presidente Gustavo Petro em relação a supostas irregularidades em sua campanha eleitoral presidencial desencadeou uma onda de reações de vários setores políticos.
Por uma votação apertada de 5-4, a Câmara Plenária anulou a decisão da Câmara Consultiva do Conselho de Estado, que havia dado sinal verde ao CNE para apresentar acusações contra Petro e quatro membros de sua equipe de campanha.
Em setores próximos ao governo, a decisão foi saudada como uma vitória jurídica para o presidente Petro, que havia entrado com um mandado de proteção alegando violação do devido processo legal e de sua imunidade presidencial.
"O Tribunal Constitucional acaba de reconhecer a imunidade presidencial ao determinar que o único órgão que pode julgar o presidente Petro é a Comissão de Acusações", disse o ministro do Interior, Armando Benedetti, após a decisão ser anunciada em X.

Ministro do Interior, Armando Benedetti. Foto: Gabinete do Presidente
Da mesma forma, o presidente da Câmara dos Representantes, Jaime Raúl Salamanca, descreveu o anúncio como "uma decisão que salvaguarda nossas instituições". "Eu disse isso há um ano: 🇨🇴 O Tribunal enviou uma mensagem clara: somente a Comissão de Acusação pode investigar o presidente Petro, conforme determina nossa Constituição", acrescentou.
David Racero, deputado pelo Pacto Histórico na Câmara dos Deputados, também se manifestou nas redes sociais. "Era óbvio. Os dois juízes do CNE que tentaram julgar o Presidente Petro devem ser processados por má conduta", escreveu ele.
A investigação administrativa, que também se encontra em fase final no Conselho Nacional Eleitoral, continuará contra Ricardo Roa – ex-gerente de campanha e atual presidente da Ecopetrol –, a tesoureira Lucy Aidee Mogollón Alfonso e os auditores María Lucy Soto Caro e Juan Carlos Lemus Gómez.
O Tribunal também ordenou que, no prazo de cinco dias úteis a contar da notificação da decisão, a CNE envie cópia do processo instaurado relativamente às alegadas irregularidades à Câmara dos Deputados, para que a Comissão de Acusações, juiz natural do Presidente, "possa exercer as suas competências correspondentes".
Atualmente, o liberal Leonardo Gallego Arroyave, próximo ao governo, e Katherine Miranda, da Aliança Verde e crítica da Casa de Nariño, são o presidente e a vice-presidente, respectivamente, da comissão.

A CNE não poderá investigar o Presidente Petro. Foto: EL TIEMPO
Também é composto por Jorge Eliécer Tamayo (La 'U'), Wilmer Ramiro Carrillo Mendoza (La 'U'), Leonardo de Jesús Gallego (Liberal), Karyme Adrana Cotes Martínez (Liberal), María Eugenia Lopera (Liberal), Juan Carlos Wills (Conservador), Wadith Alberto Manzur (Conservador), Daniel Restrepo (Conservador) Carlos Alberto Cuenca (Mudança Radical), Olga Lucia Velásquez (Verdes), Hernán Darío Cadavid (Centro Democrático), Oscar Leonardo Villamizar (Centro Democrático), Alirio Uribe Muñoz (Pacto Histórico), Gloria Elena Arizabaleta (Pacto Histórico), Alejandro Ocampo (Pacto Histórico), Jorge Rodrigo Tovar (Citrep) e William Aljure (Citrep).
Foi assim que a oposição reagiu Houve também algumas reações da oposição. Entre elas, a da senadora María Fernanda Cabal, do Centro Democrático. "O CNE deve investigar e sancionar Ricardo Roa e companhia, da campanha de Petro em 2022, por violarem os limites eleitorais em mais de 5,3 bilhões de pesos. A Comissão de Acusações da Câmara dos Deputados não pode atrasar ainda mais o julgamento, nos termos do Artigo 109 do Código Penal, por violação dos limites eleitorais, com base na investigação do CNE ", comentou.
Por sua vez, o deputado Julio César Triana, da Cambio Radical, declarou: " No passado, Gustavo Petro criticava a Comissão de Acusações. Ele chegou a considerá-la um 'monumento à impunidade'. Hoje, enquanto é investigado, Petro faz todo o possível para que seja julgado pela mesma comissão, e não pelo Conselho Nacional Eleitoral. Veja bem, quando era candidato, dizia que a comissão era inútil, que era cúmplice do poder e que deveria desaparecer. É uma falácia, é estranho. Petro em sua forma mais pura", afirmou.
CAMILO A. CASTILLOEditor PolíticoX: (@camiloandres894)
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