Bercy descarta risco de "aumento maciço" nos preços da eletricidade a partir de 2026

Bercy se posiciona após a publicação de um estudo do UFC-Que Choisir. Nisso, a associação de consumidores alerta para um aumento nas contas de luz a partir do ano que vem devido à reforma do mercado elétrico na França. A associação acredita que o mecanismo escolhido pelo governo na lei de finanças para substituir o sistema atual, que termina em 31 de dezembro de 2025, levará "os franceses a pagar um preço alto pela eletricidade".
"Essa reforma, negociada às escondidas entre o governo e a EDF, levará automaticamente a um aumento massivo nos preços da eletricidade, em detrimento dos consumidores", afirma a UFC-Que Choisir.
Isso se traduziria em um aumento nas contas dos consumidores "em média 19% a mais, ou até 250 euros a mais por ano para uma família média" se a reforma fosse aplicada este ano. A UFC-Que Choisir justifica a base de sua avaliação no ano de 2025 pelas incertezas sobre os parâmetros que serão levados em consideração para determinar o nível das tarifas reguladas de venda de energia elétrica (TRV) em 2026 e, em particular, os preços que serão observados até o final do ano nos mercados atacadistas.
Na noite de segunda-feira, o Ministério da Economia rejeitou essas conclusões, considerando que "o cálculo assim realizado é tendencioso" porque o estudo publicado pela UFC-Que Choisir propõe um cálculo associando dados atuais a um mecanismo que só entrará em vigor em 2026, sem levar em conta outros parâmetros. Segundo Bercy, as simulações realizadas mostram que “a transferência ao consumidor prevista na lei de finanças para 2025 leva a um nível de TRVs em 1º de janeiro de 2026 quase idêntico ao nível atual ”. "Este resultado indica que a reversão planejada está funcionando", acredita ele.
Para a UFC-Que Choisir, uma das grandes diferenças entre esta nova regulamentação e a que ainda vigora este ano diz respeito à forma de cálculo dos custos do fornecimento de energia elétrica. Hoje, parte do fornecimento é assegurada por meio de um mecanismo chamado Arenh (Acesso Regulamentado à Eletricidade Nuclear Histórica), que constitui a parte do fornecimento vinculada aos custos da produção nuclear da EDF. "A partir de agora, o fornecimento será feito integralmente pelo mercado", resume a associação.
"A oferta suavizada ao longo de dois anos permite amortecer as flutuações do mercado e contribui para o objetivo geral de estabilidade de preços", garante Bercy, no entanto.
BFM TV