A idade de aposentadoria finalmente aumentou para 66,5 anos? "A reforma atual não é sustentável"

Você gostou de se aposentar aos 64 anos? Você vai adorar se aposentar aos 66. O Conselho Consultivo de Pensões ( COR ) prevê um déficit previdenciário de 1,4% do PIB até 2070 e recomenda aumentar a idade de aposentadoria para 66,5 anos, acima do plano atual para a contestada reforma da previdência, que prevê a elevação da idade de aposentadoria para 64 anos .

Uma recomendação que dividiu o painel das Grandes Gueules nesta segunda-feira: "O diretor do COR, Gilbert Cette, foi colocado lá para substituir o anterior que disse que a reforma não era nada e para dizer, como Emmanuel Macron, que devemos trabalhar mais", critica a professora Barbara Lefebvre.

"O COR está apresentando um discurso analítico, não político", disse o consultor Antoine Diers, enquanto a recomendação irrita os sindicatos. "Isso significa que a reforma atual é insustentável", acrescentou.

E os trabalhadores ? Já abalada pela primeira reforma, Michèle, fisioterapeuta em uma casa de repouso, não está feliz com este novo revés: "Quem pede para trabalhar até os 66,5 anos nunca conquistou nada", lamenta ela nesta segunda-feira no RMC e no RMC Story . "Com as nossas profissões, na geriatria, nem nos meus sonhos", garante Michèle, que aos 59 anos trabalha desde os 21. Hoje, ela deveria se aposentar aos 63,5 anos com pensão completa.

Michèle defende "colocar os jovens para trabalhar": "Há programas de treinamento e de estudo e trabalho, mas precisamos oferecer trabalho atraente."

Pascal, um corretor de seguros gerais de 52 anos, acredita que poderia trabalhar até os 66 anos, sujeito a certas condições: "Fisicamente sim, mas psicologicamente não. Estou correndo atrás de números todo mês. Ainda existem planos especiais que conseguem sobreviver", lamenta.

A posição deste COR sobre o aumento da idade de aposentadoria, enquanto as negociações acontecem até 17 de junho para rediscutir a contestada reforma de 2023, irrita os sindicatos que continuam lutando para reverter os 64 anos introduzidos por esta última.

O sindicato CGT denunciou um relatório "totalmente tendencioso" que ataca um órgão "em missão comandada por Emmanuel Macron". "Há um escândalo no fato de que apenas uma recomendação esteja sendo alvo. Até agora, o COR fez suposições e cabia aos políticos decidir. Isso é completamente tendencioso", disse à AFP o representante da CGT, Denis Gravouil, responsável pela proteção social e pensões.