Comércio. Taxas alfandegárias: 24 horas antes da UE, já 50% sobre produtos brasileiros

O aumento de tarifas sobre produtos brasileiros entrou em vigor na quarta-feira, 24 horas antes do aumento de tarifas que deve afetar todos os principais parceiros comerciais dos Estados Unidos, incluindo a União Europeia.
Sete dias após Donald Trump assinar o decreto, as tarifas previstas de 50% sobre produtos brasileiros entraram em vigor nesta quarta-feira.
Embora inicialmente não se esperasse que o Brasil fosse afetado por taxas alfandegárias além do piso de 10% atualmente aplicado a uma grande proporção de produtos importados pelos Estados Unidos, o presidente americano anunciou sua intenção de impor uma sobretaxa de 50%, a mais alta aplicada a um país específico.
O motivo? Ele culpa a Justiça brasileira por processar o ex-presidente Jair Bolsonaro, acusado de tentativa de golpe após sua derrota nas eleições presidenciais de 2022, e que está em prisão domiciliar desde segunda-feira .
Esses processos, descritos por Donald Trump como uma "caça às bruxas", também levaram a sanções dos EUA contra um dos juízes do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Embora as taxas alfandegárias tenham provocado uma forte reação de Brasília, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva denunciando um ataque à "soberania" de seu país, a capital brasileira minimizou o impacto da sobretaxa.
Muitas isenções, no entantoO decreto de Donald Trump prevê isenções para centenas de produtos, de nozes a energia, incluindo a indústria aeronáutica e suco de laranja. No fim das contas, apenas 36% das exportações do país para os Estados Unidos são efetivamente afetadas, segundo o governo brasileiro.
Este aumento tarifário sobre produtos brasileiros ocorre 24 horas antes do aumento tarifário que deverá afetar todos os principais parceiros comerciais dos Estados Unidos. A expectativa é de que dezenas de países vejam as sobretaxas aplicadas aos seus produtos que entram nos Estados Unidos aumentarem significativamente, com uma variação de 11% a 41%, sendo a Síria o país alvo da alíquota mais alta.
Alguns países ainda esperam reduzir suas alíquotas, como a Suíça, que foi atingida por uma sobretaxa de 39%. Eles esperam reduzir essa sobretaxa para aproximá-la da alíquota muito mais vantajosa oferecida aos produtos da União Europeia (UE), fixada em 15%.
Le Bien Public