Consumidor: Como identificar produtos regionais falsificados?

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Azeite de oliva , lavanda, ervas da Provença ou até mesmo sabonete de Marselha — todo mundo quer voltar das férias com um produto local. Mas como ter certeza da origem? Ao passear por um mercado na Riviera Francesa, é impossível não se apaixonar por uma boa garrafa de azeite. Mas na hora de escolher, você também fica um pouco perdido.

Alexandra Paris representa produtores franceses de azeite e verifica os rótulos das barracas nos mercados de verão. Nós a seguimos com uma câmera escondida. Em uma barraca, algumas garrafas têm o rótulo "100% francês", mas não há nada específico em outra barraca que vende azeite frutado. Local mesmo? Quando pressionamos o assunto, os comentários do vendedor se tornam um pouco vagos sobre a origem das azeitonas. "Para o fim da temporada, ele encontrou alguém que mora na fronteira com a Catalunha", disse ele. "Ele não é espanhol nem francês", acrescentou.

Um pouco mais adiante, outro vendedor também certifica um azeite local vendido por 60 euros o litro. Mas no rótulo não há menção específica à origem francesa, apenas à proveniência da União Europeia. A poucos quilômetros de distância, um produtor de azeite acredita que isso seria concorrência desleal. Desanimado, ele abandonou o mercado há 15 anos. A culpa é dos chamados azeites provençais, mas de origem estrangeira. "Temos custos de produção mais altos, é menos mecanizado, é mais manual, e hoje os custos de produção estão acima de 15 euros o litro, enquanto um litro de azeite na Espanha hoje custa em torno de 3 ou 4 euros", explicou Olivier Roux. De acordo com o departamento antifraude, de centenas de azeites inspecionados no ano passado, um terço apresentava irregularidades na rotulagem.

Problemas com a origem, mas também com a fabricação. Um produto emblemático do verão, o sabão de Marselha não é exceção. Apenas quatro fábricas de sabão de Marselha ainda respeitam a receita autêntica, e um mestre saboeiro a conhece de cor. "Aqui estão meus chevrons. São azeite, soda, água e sal", explicou. Quatro ingredientes, só isso. Esta é a promessa da União Profissional dos Sabões de Marselha (UPSM), reconhecível por um logotipo especial. Uma garantia de qualidade para a empresa. "Hoje, há confusão entre os consumidores em reconhecer um sabão de Marselha genuíno. Existe uma carta com quatro critérios que define o que é um sabão de Marselha e por que ele é bom para a pele. E queremos que o consumidor tenha uma espécie de garantia de que está comprando um sabão de Marselha genuíno", explicou Pierre Buillas, diretor de vendas da Savonnerie du Midi.

No entanto, nas lojas ao redor do Porto Velho, sabonetes de todas as cores, com a inscrição "savons de Marseille", mas sem o logotipo oficial, são quase tão caros quanto os autênticos. Compramos quatro para analisar sua composição. Em um laboratório especializado, à primeira vista, há um problema: muitos ingredientes no rótulo. "São três corantes, todos iguais, para chegar a um sabonete branco, é muita coisa. Então, eles foram procurar o branco. Sete alérgenos, é um número enorme. Essa composição não corresponde de forma alguma à carta dos sabonetes de Marselha", explicou Stéphane Pirnay, médico do laboratório Expertox. As quatro fábricas de sabonetes autênticos vêm solicitando a proteção da denominação "savons de Marseille" desde 2014, sem sucesso até agora.