Google condenada a pagar US$ 425 milhões


O Google foi condenado nos Estados Unidos na quarta-feira a pagar US$ 425,7 milhões em danos a quase 100 milhões de usuários.
O Google foi condenado na quarta-feira nos Estados Unidos a pagar US$ 425,7 milhões em danos a quase 100 milhões de usuários pela invasão de privacidade, de acordo com uma decisão do júri em um tribunal federal em São Francisco, que foi mantida pela gigante americana.
A gigante da internet, que anunciou que recorrerá, foi considerada culpada de invasão de privacidade sob a lei da Califórnia por continuar coletando dados privados de usuários mesmo após eles terem desativado essa configuração, concluiu o júri ao final de um julgamento iniciado em meados de agosto. O caso decorre de uma ação coletiva movida em julho de 2020.
Os autores, cerca de 98 milhões dos quais foram reconhecidos pelo tribunal, desativaram a configuração "Atividade na Web e de Aplicativos" e outra subconfiguração de rastreamento. Assim, recusaram-se a ter dados coletados sobre o uso de serviços populares da gigante da internet, como o navegador Chrome, o Google Maps e o Google Notícias.
"As promessas e garantias de privacidade do Google são mentiras descaradas", disseram os advogados dos autores durante o julgamento. "Esta decisão ignora o funcionamento dos nossos produtos e iremos recorrer", disse o porta-voz do Google, José Castaneda, à AFP.
"Nossas ferramentas de privacidade dão aos usuários controle sobre seus dados e, quando eles optam por não permitir a personalização, respeitamos a escolha deles", acrescentou. A empresa argumenta que os dados coletados após a desativação do rastreamento não identificam os usuários.
A subsidiária da Alphabet há muito tempo sofre pressão para encontrar um equilíbrio entre sua publicidade lucrativa, que está no cerne de seu sucesso financeiro, e a proteção da privacidade do usuário. A gigante do Vale do Silício está trabalhando para substituir os cookies — os pequenos arquivos que rastreiam a atividade online e direcionam melhor os anúncios — por um mecanismo menos intrusivo, mas igualmente eficaz.
Na França, o Google foi multado em um recorde de € 325 milhões na quarta-feira por violações relacionadas a cookies e publicidade. A multa foi imposta pela agência reguladora de privacidade francesa (CNIL), que o acusou de exibir anúncios em e-mails de usuários franceses do Gmail sem o consentimento deles e de não fornecer informações sobre o uso de cookies e rastreadores de navegador.
Esta é a terceira vez, em termos de cookies, que a autoridade francesa sanciona a "negligência" do grupo, que foi atingido em 2020 com uma multa de 100 milhões de euros e, em 2021, com uma nova multa de 150 milhões.
A decisão em São Francisco ocorre um dia após um juiz federal em Washington decidir a favor do Google, rejeitando o pedido do governo dos EUA para forçar a empresa a vender seu navegador Chrome em um caso antitruste.
20 Minutes