Google terá que pagar veículos de comunicação para exibir seu conteúdo

Até agora, gigantes da internet como o Google podiam usar artigos de veículos de comunicação suíços para enriquecer seus serviços sem compensação financeira, seja por meio de trechos na Busca Google ou resumos no Google Notícias. Mas essa era está chegando ao fim, de acordo com o NZZ. O Conselho Federal está propondo uma emenda à Lei de Direitos Autorais para garantir que as plataformas paguem uma compensação justa aos veículos de comunicação.

Concretamente, nada mudará para os usuários da internet: o conteúdo permanecerá visível nos mecanismos de busca. No entanto, as plataformas agora terão que pagar. De acordo com um estudo encomendado pela Fehr Advice, espera-se que o Google pague aos veículos de comunicação suíços pelo menos 154 milhões de francos anualmente pelo uso de seu conteúdo.

A distribuição desse dinheiro não ficará ao sabor dos gigantes da internet. Uma empresa de gestão coletiva, como a Pro Litteris, será responsável pela redistribuição dos valores. O objetivo é evitar que apenas grandes grupos de imprensa sejam beneficiados e garantir que pequenos editores regionais e os próprios jornalistas também sejam compensados.

E para evitar privilegiar veículos de comunicação que simplesmente geram mais cliques, a remuneração não será vinculada ao tráfego gerado, mas sim ao trabalho jornalístico prestado. Veículos de comunicação que cobrem regiões montanhosas ou áreas periféricas, onde o acesso à informação é mais difícil, devem, portanto, se beneficiar de apoio especial.

Ao contrário da União Europeia, que prevê o direito de proibição (os editores podem se recusar a permitir que o Google use seus artigos), a Suíça optou por uma abordagem mais flexível: o acesso continua gratuito, mas deve ser pago. Esta é uma forma, segundo o Conselho Federal, de evitar as tensões observadas em outros lugares. O Google já ameaçou bloquear determinados conteúdos em vários países europeus, ou mesmo remover temporariamente trechos de artigos para testar o impacto no uso de seus serviços. Essas ações foram amplamente percebidas como uma demonstração de força.