Guerra comercial: Brasil é duramente atingido por sobretaxa alfandegária de 50% dos EUA

O alívio foi apenas parcial. Na quarta-feira, 30 de julho, o presidente dos EUA, Donald Trump, poupou 694 produtos brasileiros das sobretaxas tarifárias de 50% impostas em retaliação aos processos judiciais contra seu aliado , o ex-presidente de extrema direita Jair Bolsonaro (2019-2022). Mas a medida, que entrou em vigor na quarta-feira, 6 de agosto, às 00h01, ainda afeta 3.800 itens, incluindo café, carne, peixe, móveis, produtos químicos, têxteis e máquinas. Segundo o governo brasileiro, esses produtos juntos representam 35% das exportações do Brasil para os Estados Unidos. Este último é o segundo maior parceiro comercial do país, depois da China, e responde por 12% das exportações do gigante sul-americano.
"Estamos muito preocupados", afirma Frederico Lamego, chefe de relações internacionais da Confederação Nacional da Indústria. Embora o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenha feito da reindustrialização do país uma de suas prioridades durante seu mandato, a sobretaxa alfandegária corre o risco de ter graves repercussões no setor de máquinas e bens de capital, que enviou 25% de suas exportações para os Estados Unidos em 2024. "Exportamos máquinas agrícolas projetadas especificamente para atender aos padrões americanos, o que impossibilita seu redirecionamento para outros mercados", diz Lamego.
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Le Monde