Jornalista Thomas Legrand suspenso pela France Inter após declarações polêmicas a dirigentes do PS

Por O Novo Obs com AFP
Thomas Legrand, à esquerda, fez comentários considerados partidários durante uma reunião informal com autoridades do Partido Socialista em um restaurante parisiense.
A France Inter anunciou na noite de sexta-feira, 5 de setembro, a suspensão de seu colunista Thomas Legrand após a divulgação de um vídeo que o mostrava fazendo comentários polêmicos contra a Ministra da Cultura, Rachida Dati, diante de autoridades do Partido Socialista. Durante a conversa, revelada pelo jornal mensal de extrema direita "L'Incorrect", Thomas Legrand, também jornalista do Libération, declarou: "Estamos fazendo o que é necessário por Dati, Patrick (Cohen) e por mim", ou seja, contra ela em sua candidatura à prefeitura de Paris, à qual é candidata. Segundo o jornal, o vídeo foi filmado em julho, sem o conhecimento dos participantes, em um restaurante parisiense.
"Decidimos suspender Thomas Legrand das ondas do rádio como medida de precaução. Ele não estará no ar neste domingo", respondeu a France Inter. Patrick Cohen, também colunista da France Inter e da France Télévisions, também está à mesa ao lado do Secretário-Geral do Partido Socialista, Pierre Jouvet, e do Presidente do Conselho Nacional do Partido Socialista, Luc Broussy. Os quatro homens compartilham suas análises da situação política durante esta reunião informal, por exemplo, imaginando um segundo turno entre Marine Le Pen, figura do RN, e Raphaël Glucksmann, líder da Place Publique, nas eleições presidenciais de 2027.
Não é uma luta “política”Rachida Dati, indicada pelo Partido Republicano à prefeitura de Paris, pediu medidas contra os dois colunistas. "Jornalistas do serviço público e o Libération afirmam estar fazendo o necessário para me eliminar das eleições em Paris. São comentários sérios e antiéticos que podem levar a sanções. Todos devem assumir a responsabilidade agora", respondeu ela no X.
Na noite de sexta-feira, porém, Thomas Legrand negou à AFP a intenção que lhe foi atribuída. "Meu trabalho é combater as mentiras da Sra. Dati e sua atitude em relação à imprensa. Não estou lutando politicamente contra ela", disse ele. O jornalista não quis comentar sobre sua suspensão pela France Inter. L'Incorrect, fundado em 2017 por colaboradores próximos de Marion Maréchal, se apresenta como "conservador" e defende uma "união da direita".
Por O Novo Obs com AFP
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