Obras de construção, modernização, oferta de compra... O que o futuro reserva para o shopping center nesta estação de esqui na Côte d'Azur?

Em uma publicação no Facebook, Mylène Agnelli, prefeita de Isola, alertou sobre a situação preocupante do shopping center do resort. Ela gostaria de continuar a operá-lo e financiá-lo. Mas o procedimento não lhe permite mais fazê-lo.
A questão é delicada: a galeria pertence a coproprietários privados. Mas, para garantir a sobrevivência dessa força econômica vital do resort, a cidade de Isola participou do financiamento da galeria. "Houve um acordo provisório firmado em 2001 que permitiu à prefeitura administrar temporariamente este espaço enquanto os comerciantes e proprietários encontravam uma solução de financiamento viável", lembra Mylène Agnelli.
600.000 euros por ano pagos pela CidadeA prefeitura, portanto, disponibilizou 600.000 euros por ano para cobrir os custos operacionais (incluindo manutenção e segurança). Por sua vez, todos os condôminos contribuíram anualmente com um máximo de "80.000 euros" .
Uma situação jurídica incômoda que precisava ser corrigida antes de junho de 2024. Mas "nenhuma proposta foi feita pelos administradores ou comerciantes à municipalidade", que , portanto, continuou a investir sem qualquer enquadramento legal . "Em acordo com a prefeitura, e para permitir a operação, expus-me pessoalmente a um processo judicial", confessa Mylène Agnelli.
A cidade continuou com o financiamento até 1º de maio. Mas, desde então, não foi mais autorizada a investir um único centavo na galeria. "Agora há um problema real, porque ninguém é responsável pela segurança do local. Nossos agentes municipais continuam patrulhando o local sem nenhuma formalidade para evitar incêndios", preocupa-se o prefeito.
Uma proposta de compra feita aos comerciantesO prefeito, então, fez uma proposta aos lojistas: que o município comprasse o pátio interno da galeria, comprometendo-se a arcar com todos os custos de limpeza, manutenção, embelezamento e adequação às normas para pessoas com mobilidade reduzida (adequação estimada em um milhão de euros, com previsão de conclusão até o final de 2026). Isso representa 80% do custo total, segundo o prefeito.
Em troca, a lei pede aos proprietários de estabelecimentos abertos ao público (ERP) que contribuam com € 25 por metro quadrado de espaço acessível ao público. "Para um pequeno salão de beleza de 15 m², isso equivale a € 375 por ano", diz Mylène Agnelli. Mas nem todos os nove condomínios envolvidos, que incluem lojistas e moradores, concordam com a proposta.
Co-propriedades em desacordoSegundo Éric Martin, presidente do Sindicato Sócio-Profissional de Isola (a associação dos comerciantes), esta proposta deveria primeiro ser formalizada com condições claras. "Estão-nos a oferecer soluções, mas sem as formalizar num acordo ou documento. Precisamos de uma estrutura, precisamos de um orçamento", lamenta. Além disso, para ele, a proposta de contribuição por metro quadrado é demasiado injusta para os comerciantes. "Eles prefeririam um cálculo baseado na capacidade, que é mais equilibrado", explica Éric Martin. Por fim, a proposta da Câmara Municipal é considerada demasiado dispendiosa. "Para os comerciantes sazonais, é muito. Propomos contribuir para os custos de segurança, o que equivaleria a um gasto entre 40.000 e 50.000 euros por ano", estima o porta-voz dos comerciantes.
Mylène Agnelli insiste: ela não quer comprar o imóvel a qualquer custo. Ela simplesmente quer encontrar uma solução. "Se os administradores do imóvel tiverem € 600.000 por ano para gastar, é possível. A cidade só pode cobrir seus custos como operadora do prédio de acesso público que tem na galeria para o berçário, o anexo da prefeitura e a delegacia de polícia, entre outras coisas", sugere a prefeita. O que, segundo o presidente da USPI, parece muito complicado.
Uma inspeção de segurança planejadaA pedido da prefeitura, uma comissão de segurança avaliará as instalações nesta quinta-feira, 19 de junho. Ela determinará o que está de acordo com os padrões e o que não está. "A prefeitura ou a cidade serão obrigadas a fechar as ERPs que não cumprirem as regras e receberão um parecer desfavorável", alerta Mylène Agnelli. Em resumo: ou as ERPs e condomínios em questão aceitam a proposta de compra da cidade, que as colocará em conformidade e garantirá a manutenção de rotina, ou terão que encontrar rapidamente uma solução para se adequar, caso contrário, terão que fechar suas portas. "Esperamos que não chegue a esse ponto. Espero que, quando a comissão se reunir, todos tenham assumido a responsabilidade, porque seria uma perda de receita para cada empresa e para o resort", alerta a prefeita.
Por enquanto, a cidade está trabalhando com os comerciantes que manifestaram apoio à proposta. "Estamos elaborando as especificações com eles. Agora estamos aguardando os demais", disse o prefeito.
Nice Matin