Trump segue para cúpula da OTAN enquanto o Irã ofusca a agenda

O presidente Trump segue na terça-feira para uma cúpula relâmpago da OTAN em Haia, na Holanda, horas depois de anunciar que o Irã e Israel chegaram a um acordo de cessar-fogo .

Várias horas após a entrada em vigor do cessar-fogo, o Sr. Trump disse a repórteres, ao sair para a cúpula, que tanto Israel quanto o Irã o haviam violado. Em seguida, após conversar com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, o presidente afirmou que Israel não bombardearia o Irã novamente e que "o cessar-fogo está em vigor".

O presidente esperava garantir durante a cúpula o compromisso dos aliados da OTAN de gastar pelo menos 5% do PIB em defesa. Mas um dia antes de sua chegada, a aliança já havia concordado com o aumento dos gastos com defesa, de acordo com Matthew Whitaker, embaixador dos EUA na OTAN. Ele disse a repórteres em um briefing na segunda-feira que, como resultado da liderança de Trump, a OTAN estava "no caminho certo" para assumir esse "compromisso histórico" de 5%.

Os EUA gastaram cerca de 3,4% do PIB em defesa em 2023, mas o presidente disse que acha que os EUA não deveriam ter a mesma meta de 5%.

"Apoiamos a OTAN há tanto tempo que, em muitos casos, acredito, pagamos quase 100% do custo", disse ele a repórteres na sexta-feira. "Então, não acho que deveríamos, mas acho que os países da OTAN deveriam, com certeza."

No entanto, não há um cronograma claro para o compromisso de 5%, e atingir esse limite pode se estender até a década de 2030 para alguns países da OTAN, alimentando críticas de que a promessa de 5% pode ser vazia.

Além do conflito no Oriente Médio, a guerra da Rússia contra a Ucrânia continua sendo uma das principais preocupações dos membros da OTAN. Ainda não está claro se os EUA apoiarão a citação da Rússia como a principal ameaça à OTAN em seu comunicado — Whitaker evitou responder diretamente à pergunta de um repórter sobre isso.

"As negociações sobre o comunicado ainda estão em andamento, então não poderei comentar diretamente sobre a linguagem específica", disse Whitaker, acrescentando: "Espero que a declaração da cúpula seja direta, objetiva e reflita a avaliação atual da ameaça dos Aliados e a necessidade de defesa coletiva e individual de todos os Aliados."

Ele disse que os EUA estão "pedindo moderação e [exortando] ambas as partes a evitarem a escalada", e continuou dizendo que os EUA estão "engajados nos mais altos níveis" e apoiam negociações diretas entre a Rússia e a Ucrânia.

Pouco antes da cúpula, no sábado, os EUA realizaram ataques contra três instalações iranianas consideradas essenciais para o programa nuclear iraniano . A ação gerou temores de uma guerra mais ampla, mas a resposta iraniana na segunda-feira foi limitada. O Irã disparou mais de uma dúzia de mísseis contra uma base americana no Catar , a maioria dos quais foi interceptada, e não houve feridos, disseram autoridades americanas e catarianas.

O Sr. Trump chamou os ataques retaliatórios de "muito fracos" e disse em outra publicação nas redes sociais que queria "agradecer ao Irã por nos avisar com antecedência, o que tornou possível que nenhuma vida fosse perdida". O líder supremo do Irã, Ali Khamenei, também destacou em uma publicação nas redes sociais após os ataques iranianos: "Não prejudicamos ninguém".

Em poucas horas, o Sr. Trump anunciou que o Irã e Israel implementariam um cessar-fogo e em breve encerrariam a guerra.

A cúpula da OTAN terá uma única sessão de duas horas e meia, em vez de múltiplas sessões. Trump também planeja se reunir separadamente com vários líderes mundiais, à margem do evento, disse uma alta autoridade americana a repórteres em uma teleconferência na sexta-feira.

O presidente parte para a cúpula na manhã de terça-feira e retorna na quarta-feira.

A OTAN, Organização do Tratado do Atlântico Norte, é a maior aliança de defesa do mundo, com 32 membros, incluindo os EUA. Ela foi formada após a Segunda Guerra Mundial e cresceu desde então, com suas últimas adições sendo a Finlândia em 2023 e a Suécia em 2024. Ajudar a Ucrânia a combater a agressão da Rússia tem sido uma das principais prioridades da OTAN, embora a Ucrânia não seja um membro da OTAN.

Olivia Victoria Gazis contribuiu para este relatório.