TikTok sob ataque: compras automáticas aparecem em vídeos humanitários em Gaza

O novo teste de reconhecimento de imagem do TikTok, projetado para vincular vídeos a produtos à venda, foi criticado após sinalizar roupas e acessórios para compra em alguns vídeos de Gaza, levantando preocupações éticas e de reputação sobre a plataforma.
Um novo experimento no TikTok está gerando polêmica: a plataforma lançou um teste em algumas regiões que usa reconhecimento de imagem para combinar vídeos com produtos à venda, mas os testes iniciais mostraram consequências inesperadas e controversas. O sistema, conforme relatado pelo The Verge, analisa frames pausados, destaca roupas ou acessórios e sugere itens semelhantes disponíveis na TikTok Shop. Em um episódio que viralizou, o algoritmo reconheceu um vestido, um cachecol e uma bolsa usados por uma mulher em meio aos escombros em Gaza, sugerindo imediatamente links de compra para produtos quase idênticos. O mesmo mecanismo também apareceu em vídeos e conteúdos humanitários com crianças palestinas.
O TikTok esclareceu que este é um teste limitado e que o sistema não deveria ter sido ativado nesses contextos. Engenheiros estão trabalhando para restringir sua aplicação, enquanto os usuários já podem desativar a opção em suas configurações. O recurso faz parte de uma tendência mais ampla de mídias sociais que integram o comércio eletrônico diretamente aos feeds: Instagram e YouTube já adotaram ferramentas semelhantes, mas o TikTok está levando a abordagem um passo adiante, permitindo que qualquer vídeo se torne um potencial lead de vendas. O incidente de Gaza, no entanto, destaca os riscos de um mecanismo de vendas aplicado sem filtros claros. O reconhecimento automático que trata cada imagem como uma oportunidade de compra corre o risco de vincular a publicidade a momentos de tragédia pessoal ou mensagens de emergência, com consequências éticas e de reputação difíceis de ignorar.
Adnkronos International (AKI)