Quando Francesco Boccia traiu a ciência


Em carta ao deputado, ele acusa a direita de trair o método científico, mas o líder dos senadores do Partido Democrata foi protagonista de plágio acadêmico em concurso universitário.
O líder senatorial do Partido Democrata, Francesco Boccia, publicou uma carta na Repubblica intitulada: "Quando a política trai a ciência". O texto é uma crítica justa e necessária ao governo Meloni por nomear médicos céticos para a comissão de vacinas e, de forma mais geral, pela abordagem anticientífica da direita em relação a diversas questões: "Sem confiança na ciência, não há futuro para a democracia", conclui Boccia.
O Partido Democrata tem razão em levantar a bandeira do método científico, mas talvez fosse melhor encontrar outro defensor. Boccia esteve envolvido em um episódio no mínimo desagradável: plágio científico. O ex-ministro venceu um concurso para professor associado na Universidade de Molise ao submeter um artigo científico, publicado em seu próprio nome em uma série de Liuc de Castellanza. No entanto, o artigo era uma fusão de trechos de obras de outros autores, cujas fontes não foram citadas.
Pego em flagrante, Boccia defendeu-se, primeiro de forma desajeitada e depois agressiva: primeiro, alterou seu currículo para descrever o artigo incriminador como "leitura recomendada", depois alegou ter enviado a lista de publicações por descuido e, por fim, entrou com uma ação por difamação contra um professor universitário (posteriormente demitido) que continuou a levantar a questão do plágio. Por fim, a Universidade LIUC declarou o artigo de Boccia "retratado ", o procedimento geralmente usado em casos de fraude científica. O título da carta de Boccia ao deputado — "Quando a política trai a ciência" — tem um sabor amargo e autobiográfico.
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