A lei sobre símbolos de identidade obrigará o sistema educacional a respeitar a individualidade da língua valenciana.

O projeto da futura lei sobre símbolos identitários prometido por Carlos Mazón no debate da Política Geral (que também era uma promessa da campanha de 2023) prevê uma série de iniciativas para "defender a individualidade" do valenciano e recuperar "o uso popular do valenciano". O regulamento estabelece que "todas as instituições da Generalitat, autoridades públicas, outras administrações públicas, o sistema educacional e os meios de comunicação públicos, entidades, organizações e empresas de propriedade ou financiamento público devem adaptar suas ações para respeitar plenamente a individualidade e a singularidade da língua valenciana". Essa singularidade, conforme expressa no regulamento, a diferencia "das demais línguas do Estado".
Particularmente relevante é a menção ao sistema educacional, uma vez que a unidade da língua é atualmente explicada e estudada conforme estabelecido pelo consenso acadêmico e filológico. Portanto, será importante observar como essa adaptação das ações exigidas pelo texto será implementada. A lei estabelece que sua aplicação não prejudicará os direitos fundamentais reconhecidos no Artigo 20.1 da Constituição Espanhola, que incluem o direito à liberdade de expressão, o direito de comunicar ou receber informações verdadeiras e a liberdade acadêmica.
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Como explicou este jornal, a próxima lei promovida pelo Partido Popular (PP) de Carlos Mazón proibirá ajudas a quem equiparar o valenciano ao catalão e prevê um sistema de sanções contra quem violar a identidade da língua.
Além disso, no âmbito educacional, pretendem introduzir questões importantes que, embora estivessem consagradas na lei anterior sobre marcas identitárias, promovida pelo governo de Alberto Fabra, sua revogação antecipada impediu sua implementação. Assim, insistem novamente em "reconhecer expressamente a capacidade docente desenvolvida pela Real Academia Valenciana da Cultura (RACV) e pela associação cultural Lo Rat Penat na divulgação e defesa das marcas identitárias do povo valenciano e, em particular, da língua valenciana". Ambas as entidades defendem normas linguísticas diferentes das oficiais da Academia Valenciana da Língua (AVL), que, de acordo com o Estatuto de Autonomia, é a entidade que tem "a função de determinar e desenvolver as normas linguísticas da língua valenciana". Questionado no Consell sobre se isso permitiria a homologação das qualificações em língua valenciana de ambas as entidades, o governo regional não forneceu uma resposta esclarecedora.
O espírito da lei visa promover o “valenciano popular” da RACV e Lo Rat Penat em oposição às regras da AVLAo longo do texto, a futura regulamentação enfatiza a necessidade de promover "a recuperação do uso popular do valenciano, pesquisando-o e incentivando o uso do vocabulário, das formas e da gramática populares e tradicionais". Esse compromisso com o valenciano popular ecoa o compromisso do Presidente do Conselho Provincial, Vicent Mompó, de se aproximar do que ele chama de "o valenciano do povo".
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Para isso, a lei sobre marcas identitárias busca promover a atuação "das associações que tradicionalmente a defendem, e especialmente da Real Academia Valenciana da Cultura e de Lo Rat Penat". Ambas as entidades aparecem como representantes do valenciano, enquanto o texto nunca menciona a Academia Valenciana da Língua, com a qual o Conselho de Carlos Mazón travou uma importante batalha linguística e orçamentária.
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