Quatro jogos, quatro derrotas: o Ajax está na lanterna da tabela na Europa.
%2Fs3%2Fstatic.nrc.nl%2Fwp-content%2Fuploads%2F2025%2F11%2F05223937%2F051125SPO_2022314691_.jpg&w=1920&q=100)
A ambição está estampada em letras azuis em um dos escritórios da diretoria no centro de treinamento De Toekomst. O Ajax precisa se tornar, eventualmente, um " clube campeão da Liga dos Campeões ". É um objetivo formulado como uma espécie de ponto de exclamação para o novo rumo que o clube trilhou há apenas dois anos, em um momento em que o Ajax vivenciava uma das maiores crises esportivas de sua história.
"É um pouco de exibicionismo", disse o diretor de futebol Marijn Beuker no verão passado, em entrevista aos canais do clube. "Mais uma ideia para alinhar todas as centenas de funcionários do que um objetivo real." O objetivo, após duas temporadas sem participar da maior competição de clubes da Europa, foi definido pouco depois pelo diretor técnico Alex Kroes: "Muito simples: chegar à Liga dos Campeões o mais rápido possível. Ponto final."
Pouco mais de um ano depois, o Ajax está de volta ao mais alto nível. Após uma temporada de trabalho árduo sob o comando de seu ex-técnico, Francesco Farioli, o Ajax garantiu uma das cobiçadas 36 vagas na Liga dos Campeões. Mas o Ajax ainda está longe de ser um candidato ao título, ou mesmo um azarão, como fica dolorosamente claro após quatro rodadas. Depois da partida de quarta-feira, o Ajax está na lanterna da tabela com zero pontos, tendo marcado apenas um gol e sofrido quatorze.
As derrotas anteriores não foram nenhuma surpresa, contra adversários como Inter, Chelsea e Olympique de Marseille. Mas a forma como foram derrotadas deixou, por vezes, a desejar: a derrota por 4 a 0 em Marselha deveu-se principalmente ao facto de a equipa francesa ter perdido o ritmo após algum tempo. Fora de casa, contra o Chelsea, o Ajax mostrou-se novamente impotente: 5 a 1, após uma expulsão logo no início da partida.
A quarta rodada, o jogo em casa na noite de quarta-feira contra o time turco Galatasaray, deveria ter mudado isso. "Enfrentamos times difíceis agora", disse o técnico John Heitinga na terça-feira, antes da partida. "Queremos mais do que tudo acabar com esse péssimo jogo sem sofrer gols. [...] Se quisermos somar pontos, esses são os jogos que precisamos fazer."
Fase de abertura incertaNo entanto, o Ajax não começou o jogo buscando a vitória em sua própria Johan Cruijff Arena. Seu estilo de jogo pouco lembra o futebol confiante e ofensivo que Heitinga prometeu quando chegou neste verão. O time da casa permitiu que o Galatasaray dominasse a partida, recuando bastante em seu próprio campo. E quando o Ajax interceptava a bola, muitas vezes a perdia novamente em dois toques.
Parecia ser apenas uma questão de tempo até que algo desse errado. Após quinze minutos, o artilheiro Osimhen interceptou um cruzamento, dominou a bola e chutou a gol, mesmo estando brevemente marcado pelos defensores do Ajax. Três minutos depois, o mesmo Osimhen cabeceou rasteiro no canto direito. Em ambas as ocasiões, o goleiro Remco Pasveer fez excelentes defesas para evitar o gol.
Só depois de meia hora a torcida da casa começou a se animar aos poucos. O Ajax conseguiu manter a posse de bola por mais tempo, construindo jogadas pacientemente em direção ao gol adversário. Primeiro, o ponta Mika Godts se desmarcou, depois o meia Oscar Gloukh também, mas hesitaram, para no fim passar a bola para um companheiro que não estava em boa posição. Por fim, foi Jorthy Mokio quem tentou a sorte, sem muito sucesso, da segunda linha.
Este momento marcou o início da melhor fase do Ajax. O Galatasaray diminuiu a pressão implacável dos primeiros minutos, tornou-se mais displicente na construção de jogo e tentou mais lançamentos longos, sem sucesso. Mas, com as poucas chances criadas pelo Ajax, o time da casa mostrou-se displicente. Gloukh chutou muito longe do gol, e vários cruzamentos do lateral-direito Anton Gaaei, muitas vezes completamente livre, erraram o alvo por uma grande margem.
Concerto para flauta em StreakingQuando tudo indicava que a partida terminaria num empate sem gols, pouco antes de uma hora de jogo, Leroy Sané recebeu a bola pela direita. O alemão, contratado pelo Galatasaray neste verão, cruzou com efeito em direção ao segundo poste. O zagueiro do Ajax, Josip Šutalo, fez uma marcação ruim, permitindo que Osimhen escapasse facilmente por trás. O atacante mergulhou e cabeceou a bola para o fundo das redes, sem chances para o goleiro Pasveer.
Cinco minutos depois, as coisas deram errado novamente. Um cruzamento de Baris Alper Yilmaz pela esquerda, mais uma vez em direção a Osimhen. O zagueiro Youri Baas tocou a bola com o joelho no braço dele, resultando em pênalti, segundo a decisão do árbitro. Osimhen converteu. E dez minutos depois, novamente de pênalti, desta vez após o zagueiro Gerald Alders tocar a bola com o joelho na mão dele.
Heitinga assiste à partida com uma expressão sombria. A ficha cai: este jogo europeu também não vai dar em nada. O Ajax cria algumas boas chances, mas erra na finalização. Muitos espectadores já se esqueceram de que o atacante Wout Weghorst quase marcou duas vezes no final da partida. O Ajax termina o jogo diante de arquibancadas meio vazias. Os que ainda estão lá começam uma súbita vaia pouco antes das onze horas.
O Ajax ainda tem quatro jogos europeus pela frente, contra adversários mais fracos que Chelsea ou Inter, mas certamente não serão fáceis. Ainda enfrentará o Villarreal CF, que teve um início mediano na competição europeia, mas atualmente ocupa a terceira posição no Campeonato Espanhol. E o FK Qarabag, surpreendentemente com 7 pontos após quatro rodadas da Liga dos Campeões. Estas são as últimas chances de evitar que uma vaga europeia, conquistada com tanta garra e entusiasmo, seja perdida de forma melancólica e sem alegria.
NOVO: Ofereça este artigo como presente. Como assinante da NRC, você pode presentear até 10 artigos por mês a alguém que não seja assinante. O destinatário poderá ler o artigo imediatamente, sem precisar pagar nada.
nrc.nl




