Após ataques a Moraes, Bolsonaro surge comedido e contradiz Cid e generais

Um dia após situação ser mencionada, ex-presidente sugeriu a Moraes que fosse seu vice em 2026. A piada veio justamente num dos momentos em que Bolsonaro repetia que sempre agiu dentro das normas enquanto esteve na presidência. Após a brincadeira, o ministro do STF prontamente declinou o convite. Bolsonaro está inelegível e não pode concorrer a cargo eletivo em 2026.
Minuta foi minimizada por Bolsonaro. "Não procede o enxugamento", afirmou Bolsonaro sobre depoimento dado por Cid. Ele admitiu, no entanto, que viu a minuta, mas minimizou o documento. Disse que o texto tinha "apenas os considerandos" e que foi exibido numa TV durante reunião, "de forma bastante rápida".
No passado, Bolsonaro já chamou Moraes de "canalha". A ofensa foi proferida durante ato em 7 de setembro de 2021 na avenida Paulista. "Sai, Alexandre de Moraes. Deixa de ser canalha. Deixe de oprimir o povo brasileiro", disse à época o então presidente.
Constituição foi exaltada pelo ex-presidente. Durante o interrogatório, Bolsonaro procurou se mostrar alinhado com a Constituição - entrou com um exemplar e o mostrou para Moraes em mais de uma ocasião para dizer que fazia tudo dentro das "quatro linhas da Constituição".
Bolsonaro pediu desculpas a Moraes por acusá-lo de receber dinheiro. "Não tem indício nenhum, ministro", afirmou ele hoje. Em julho de 2022, o ex-presidente disse que os ministros do STF Alexandre de Moraes, Edson Fachin e Luís Barroso recebiam milhões de dólares - o que desmentiu hoje. "Me desculpem, não tinha essa intenção de acusar de qualquer desvio de conduta dos senhores três", afirmou hoje Bolsonaro.
Contradições marcam interrogatórioBolsonaro diz que não recebeu voz de prisão de ninguém. A fala se deu em resposta a uma pergunta do ministro Luís Fux, que quis saber se o ex-presidente chegou a receber voz de prisão de algum general e faz alusão à declaração atribuída ao general Freire Gomes, então comandante do Exército.
uol