Economia chinesa cresce 5,2% no 2º trimestre de 2025

A economia chinesa cresceu 5,2% no segundo trimestre do ano, segundo dados oficiais publicados nesta terça-feira (15) que coincidem com as previsões, graças ao bom desempenho das exportações e apesar da guerra comercial com os Estados Unidos.
Os dirigentes da segunda economia mundial travam uma batalha em várias frentes para manter o crescimento econômico, um desafio que foi dificultado pela ofensiva tarifária do presidente americano Donald Trump.
O dirigente americano impôs tarifas à China e aos principais parceiros comerciais dos americanos desde que retornou ao cargo em janeiro, ameaçando as exportações chinesas justamente quando Pequim está mais dependente delas para estimular a atividade econômica.
Washington e Pequim vêm tentando desescalar a disputa comercial após terem chegado a um marco de acordo em negociações realizadas em Londres no mês passado, mas observadores alertam sobre uma incerteza persistente.
Trump aumentou as apostas nesta segunda-feira, ao avisar aos parceiros comerciais da Rússia que imporá tarifas “muito severas”, chegando a 100%, se Moscou não acabar com sua guerra na Ucrânia dentro de 50 dias.
Os países ocidentais pedem repetidamente à China – um aliado comercial importante da Rússia – para exercer sua influência e fazer com que Vladimir Putin encerre a guerra, que já dura três anos.
Destaque para a indústriaAs vendas chinesas no varejo – indicador-chave de consumo – subiram 4,8% em relação ao ano anterior, abaixo da previsão de 5,3% em uma pesquisa da Bloomberg com economistas. Contudo, a produção industrial aumentou 6,8%, superior à estimativa de 5,6%.
“A economia nacional resistiu à pressão e mostrou uma melhora constante apesar dos desafios”, disse o vice-diretor do Departamento Nacional de Estatísticas, Sheng Laiyun, em coletiva de imprensa.
“A produção e a demanda cresceram de forma constante, o emprego manteve-se geralmente estável, a renda das famílias continuou a aumentar, os novos motores de crescimento testemunharam um desenvolvimento robusto e o desenvolvimento de alta qualidade alcançou novos avanços”, afirmou.
Alimentando ainda mais o otimismo, dados da Administração Geral de Alfândega da China divulgados na segunda-feira mostraram que as exportações aumentaram muito mais que o esperado em junho, com ajuda da trégua comercial entre Washington e Pequim.
As importações também subiram 1,1%, acima do ganho previsto de 0,3% e marcando o primeiro crescimento deste ano.
O oficial da alfândega Wang Lingjun afirmou em coletiva de imprensa na segunda-feira que Pequim esperava “que os Estados Unidos continuassem a trabalhar juntos com a China na mesma direção”, relatou a emissora estatal CCTV.
A trégua tarifária foi “duramente conquistada”, disse Wang. “Não há saída por meio de chantagem e coerção. Diálogo e cooperação são o caminho certo”, frisou.
CartaCapital