Juliana Marins morreu por traumas da queda, diz novo laudo

A nova autópsia realizada no corpo de Juliana Marins, morta após sofrer queda no Monte Rinjani, na Indonésia, confirmou que a brasileira morreu em decorrência de ferimentos múltiplos causados por uma queda de grande altura.
O resultado se assemelha ao divulgado por autoridades do país asiático, que realizaram uma primeira perícia no corpo de Juliana, quatro dias após o acidente. Contudo, os peritos brasileiros indicam que o estado do corpo dificultou uma análise mais aprofundada.
Segundo o Instituto Médico Legal (IML) do Rio de Janeiro, Juliana sofreu hemorragia interna causada por lesões severas em órgãos vitais, compatíveis com o impacto. Foram identificadas fraturas na região da pelve, tórax e crânio.
O laudo do IML indica ainda que não foi possível determinar o horário exato da morte, mas estima que a brasileira teria resistido por no máximo 15 minutos após o impacto.
No intervalo entre a queda e o óbito, Juliana não teria conseguido se locomover ou reagir de forma eficaz devido ao intenso “estresse endócrino, metabólico e imunológico”, segundo o documento. Os peritos não descartam que ela tenha passado por um “período agonal” de sofrimento físico e mental durante a falência progressiva do organismo.
No entanto, os médicos apontam que o corpo, que foi embalsamado antes de chegar ao Brasil, comprometeu a necrópsia, impedindo a análise de sinais clínicos como hipotermia, desorientação, desidratação ou possíveis indícios de violência sexual. A análise não identificou lesões traumáticas na região genital.
“Considerando, única e exclusivamente, o corpo da vítima, o perito conclui como prejudicado pelo lapso temporal e as condições de embalsamento que chegou o cadáver”, diz o laudo. As informações foram reveladas pela TV Globo.
Família pediu nova necrópsiaA perícia foi realizada a pedido da família de Juliana, que solicitou à Justiça Federal uma nova autópsia para esclarecer a causa da morte da brasileira. A justificativa para o procedimento é que os exames realizados no país asiático ainda deixavam dúvidas sobre as circunstâncias em que Juliana faleceu, especialmente quanto ao horário do óbito. Um perito particular também acompanhou os procedimentos realizados pela Polícia Civil.
O relatório divulgado pelas autoridades indonésias indicava que um trauma torácico grave decorrente de forte impacto provocou hemorragia interna e danificou órgãos vitais. Além disso, o documento também estimava que Juliana teria morrido cerca de 20 minutos após sofrer os ferimentos, sem apresentar sinais de hipotermia.
No entanto, um vídeo feito por um drone, gravado por um grupo de turistas, mostra que Juliana ainda estava com vida cerca de três horas após o acidente. Não está claro se a lesão por impacto identificada na necrópsia foi consequência da primeira queda ou se ela teria sofrido um novo acidente posteriormente, que acabou levando à morte.
Para a família, confirmar o horário exato da morte e verificar possíveis sinais de hipotermia era essencial para apurar se o óbito poderia ter sido provocado pela demora no resgate. O corpo da brasileira foi resgatado em meio a uma série de dificuldades logísticas e estruturais que comprometeram a operação.
(Agência Brasil, ots)
CartaCapital