<![CDATA[ Idosos aflitos fazem créditos para pagar alimentação e medicamentos ]]>
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A habitação está associada a 33% dos contactos é "um dos problemas mais graves e transversais identificados" nesta franja da população.
O Gabinete de Proteção Financeira (GPF) da Deco recebeu cerca de 7500 contactos de maiores de 65 anos, no ano passado. São mais de 20 por dia e representam 26,2% dos pedidos de apoio, mais dois pontos percentuais do que em 2023. Os dados foram avançados ao CM pela Associação para a Defesa do Consumidor, que concluiu que “os cidadãos seniores são cada vez mais atingidos por dificuldades económicas”.
Os idosos acompanhados têm, em média, cinco responsabilidades de crédito, sobretudo pessoal e devido ao uso de cartões. Fazem-no para pagar “despesas básicas, devido ao aumento do custo de vida e às baixas pensões”, como nota a coordenadora do GPF. Natália Nunes sublinha que “muitos avós continuam a ser o suporte financeiro de filhos e netos, assumindo encargos que não lhes competiriam numa fase de reforma, mas que resultam das dificuldades generalizadas nas famílias”. Fruto da inflação, por exemplo, “estão a pagar significativamente mais por produtos alimentares face ao período pré-pandemia”. E, além disso, há “despesas médicas inesperadas ou avarias de eletrodomésticos”.
“Os seniores enfrentam encargos significativos com cuidados de saúde e medicamentos não comparticipados, sendo frequente o recurso ao crédito para cobrir estas despesas”, destaca a especialista. Os números atestam-no: 17% dos pedidos à Deco estão relacionados com doença.
A habitação está associada a 33% dos contactos é “um dos problemas mais graves” nesta franja da população. Falamos de arrendamento (50,9% vivem em casas arrendadas) e de empréstimos. Sobre estes últimos casos, Natália Nunes frisa que 10,5% dos idosos ainda estão a pagar a casa, “continuando a suportar mensalidades significativas, muitas vezes incompatíveis com o valor das pensões”.
Em média, os seniores auxiliados ganham mensalmente 1150 euros, abaixo dos restantes (1350 euros). “Sem possibilidade de aumentar o rendimento, com pouca margem para renegociação e expostos a taxas de juro elevadas, os seniores caem frequentemente em ciclos de endividamento sucessivo”, alerta a coordenadora do GPF. Houve mais pedidos no Porto (36,8%) e em Lisboa (31,6%). Deram azo a 700 processos de acompanhamento de famílias com idosos.
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