Paz na Ucrânia implica na energia, no euro e nas obrigações
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O início das negociações diretas entre a Rússia e os Estados Unidos – mês que à margem da própria Ucrânia e dos aliados seus europeus, deixou as capitais europeias inquietas, refere um research assinado por Thomas Hempell, responsável de Macro e Investigação de Mercado na Generali Investments.
Os mercados, por outro lado, têm-se concentrado no impulso proporcionado pelos preços mais baixos da energia para a Europa no caso de as sanções à Rússia serem levantadas num acordo de paz, “o que poderá aumentar o fornecimento de gás. As ações europeias e o EUR beneficiaram, o preço do gás recuou face aos picos anteriores”, o que denota o impacto que pode ter na envolvente.
“No entanto, os crescentes receios de um acordo ‘sujo’ e de uma retirada dos EUA ao nível das garantias de segurança para a Europa exigirão aumentos consideráveis nos orçamentos de defesa europeus. Os mercados reagiram com um aumento dos rendimentos, por entre a expectativa de aumento da oferta de títulos”. Os rendimentos europeus podem ainda estar orientados para a queda, no meio de uma inflação mais baixa e de cortes nas taxas do BCE, “mas um prémio de prazo crescente pode ser uma compensação”.
Um plano de paz na Ucrânia pode render mais dinheiro, “especialmente porque as posições especulativas longas em dólares norte-americanos tornam o dólar vulnerável a uma correção”. No entanto, com o impacto de um acordo de paz no crescimento da Zona Euro e a trajetória da taxa do BCE provavelmente modesta, “consideramos que os benefícios para o euro são, em última análise, limitados”
Por enquanto, o crescimento persistentemente maior dos EUA, a sua vantagem ao nível dos rendimento e as incertezas sobre o comércio e a geopolítica continuam a ser as principais barreiras para que o euros rompa significativamente um percurso de valorização.
jornaleconomico