Primeiro nanossatélite português cumpre 1 ano de atividade

O nanossatélite ISTSat-1, o primeiro a ser construído por uma instituição universitária portuguesa, continua em órbita e operacional, indicou esta quarta-feira o Instituto Superior Técnico (IST), que concebeu o engenho enviado para o espaço há um ano.
O ISTSat-1 foi enviado para o espaço em 9 de julho de 2024 a bordo do novo foguetão europeu Ariane 6, tendo emitido os primeiros sinais para a Terra horas depois de colocado em órbita.
Duas semanas depois, o nanossatélite indiciou que poderia estar a ter problemas de transmissão devido à baixa potência dos sinais recebidos na Terra.
Numa nota de balanço, o IST assegurou esta quarta-feira que a comunicação com o ISTSat-1 “continua operacional”, sanados os problemas que levaram à construção em terra de antenas de transmissão de dados maiores.
Posicionado a 580 quilómetros da Terra, acima da Estação Espacial Internacional, a “casa” e laboratório dos astronautas, o ISTSat-1, construído por estudantes e professores do IST, servirá para testar um novo descodificador de mensagens enviadas por aviões que permitirá a sua deteção em zonas remotas e aferir a viabilidade do uso de nanossatélites na receção de sinais sobre o estado de aeronaves, como velocidade e altitude, para efeitos de segurança aérea.
A equipa técnica espera conseguir demonstrar nos próximos dois meses o “funcionamento básico” do equipamento.
“Há uma infinidade de testes a fazer, o que nos deixará ocupados até ao fim de vida do satélite”, disse à Lusa João Paulo Monteiro, engenheiro de sistemas do ISTSat-1, que já orbitou a Terra cerca de 5.500 vezes.
O nanossatélite do Técnico, lançado ao abrigo de um programa da Agência Espacial Europeia (ESA) destinado a instituições universitárias, ficará em órbita entre cinco e 15 anos antes de reentrar na atmosfera, mas a sua missão terá uma duração menor.
Junto com o ISTSat-1 seguiram a bordo do Ariane 6 outros pequenos satélites e equipamentos científicos de instituições, empresas e agências espaciais estrangeiras.
O ISTSat-1, um cubo que custou cerca de 270 mil euros, foi o terceiro satélite português a ser lançado para o espaço, depois do nanossatélite Aeros MH-1, em março de 2024, e do microssatélite PoSAT-1, em 1993, que envolveram o contributo de empresas.
Estes dois últimos satélites já terminaram a sua missão.
O mais recente, o Aeros MH-1, deixou de comunicar em janeiro deste ano e reentrou na atmosfera terrestre, desfazendo-se, em 10 de abril, de acordo com o jornal Público.
Depois do ISTSat-1, foram lançados em janeiro passado o microssatélite PoSAT-2, da empresa LusoSpace, e o nanossatélite Prometheus-1, da Universidade do Minho.
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