Jefferies recomenda manter as ações da EDP e da EDPR

O banco de investimento Jefferies emitiu uma nota sobre a EDP, cujas ações recomenda manter e atribui um preço-alvo de 3,80 euros.
A EDP apresenta resultados a 31 de julho. O Jefferies faz a antevisão do 2º trimestre do ano: “projetamos um EBITDA de 1,2 mil milhões de euros, uma queda de 9% face ao ano anterior, principalmente devido a menores ganhos de capital na EDPR e à pressão sobre as margens em soluções integradas para clientes, devido à maior geração térmica”.
“Apesar disso, esperamos que o EBITDA subjacente se mantenha praticamente estável em relação ao ano anterior. Acreditamos que o foco estará na capacidade da administração de aumentar a sua projeção de lucro líquido para o ano fiscal de 2025, atualmente em 1,2 mil milhões de euros”, refere o banco de investimento norte-americano.
“Reiteramos a manutenção, com estimativas inalteradas”, referem os analistas.
“Esperamos que o EBITDA subjacente se mantenha estável em relação ao ano anterior. Embora estimemos uma queda de 9% em relação ao ano anterior no 2º Trimestre, tal deve-se em grande parte aos 113 milhões de euros de mais-valias registadas no 2º Trimestre de 2024 na divisão da EDPR. Excluindo estes ganhos, projetamos que o crescimento orgânico se mantenha estável em 1,2 mil milhões de euros”, acrescentam.
Os analistas do Jefferies destacam que a divisão hídrica na Península Ibérica “continuou forte durante o trimestre, com uma geração de +5% em relação ao ano anterior, embora isto seja ligeiramente compensado por uma queda de 14% em relação ao ano anterior na geração no Brasil. Vemos as margens integradas a comprimir devido à maior geração térmica, que normalmente apresenta uma margem mais reduzida”.
“Além disso, prevemos um trimestre praticamente estável para o segmento das redes, com um ligeiro impacto negativo no Brasil, impulsionado pela taxa de câmbio”, acrescentam.
“Esperamos um aumento da Dívida Líquida. Projetamos que a dívida líquida atinja os 17,3 mil milhões de euros, um aumento de 1,5 mil milhões de euros face ao valor de 16,1 mil milhões de euros do fecho do 1º trimestre de 2025. Este aumento é impulsionado principalmente pela expansão do programa de investimento e pelo pagamento anual de dividendos de aproximadamente 0,8 mil milhões de euros”, concluem.
Sobre a EDP Renováveis que apresenta resultados a 30 de julho, o Jefferies recomenda manter as ações e atribui um preço-alvo de 10,21 euros.
Na antevisão dos resultados dos analistas os analistas, depois dos dados de geração divulgados, estimam o EBITDA do 2º trimestre de 2025 em 457 milhões de euros, ou seja uma quebra de 10% face ao ano anterior, devido a menores mais-valias (3 milhões de euros contra 113 milhões de euros no 2º Trimestre de 2024).
“Prevemos um crescimento de 15% em termos homólogos para o EBITDA subjacente, suportado por um aumento de 1,3 GWh na produção. No 2º semestre de 2025, prevemos o foco na rotação de ativos para reduzir a alavancagem e esperamos que a administração reafirme o seu compromisso com o crescimento nos EUA após a aprovação do OBBB”, referem os analistas.
“Prevemos um crescimento de 15% em termos homólogos para o EBITDA subjacente. Embora estimemos uma queda de 10% em termos homólogos no EBITDA reportado do 2º Trimestre, tal deve-se em grande parte aos 113 milhões de euros em mais-valias reconhecidas no 2º Trimestre de 2024”, acrescentam.
Excluindo estes eventos extraordinários, o crescimento orgânico do EBITDA é esperado em 15% em relação ao ano anterior, apoiado por um aumento de aproximadamente 14% na geração para 10,2 TWh, impulsionado principalmente por novas adições de capacidade (+3,0 GW em relação ao ano anterior, defende o Jefferies.
“Por região, a América do Norte deverá apresentar um trimestre forte, com o EBITDA a atingir os 267 milhões de euros, suportado por 1,4 GW de nova capacidade e maiores receitas de parcerias institucionais. Isto será parcialmente compensado por um desempenho mais fraco na Europa, impactado por ganhos de capital significativamente mais baixos e fatores de carga mais fracos (21% versus 22%)”, lê-se na nota.
A dívida líquida continua elevada, mas deverá diminuir no 2º semestre de 2025, defendem os analistas que projetam uma dívida líquida de aproximadamente 9,3 mil milhões de euros, um aumento de 0,4 mil milhões de euros face ao 1º trimestre de 2025.
No entanto, os próximos anúncios de rotação de ativos poderão apoiar a desalavancagem nas próximas semanas.
“Além disso, esperamos dinheiro proveniente de capitais próprios fiscais no 2º semestre de 2025, o que ajudará a reduzir a dívida líquida para aproximadamente 7,8 mil milhões de euros até ao final do ano”, concluem.
As ações da EDP fecharam nos 3,81 euros (0,21%) e as da EDPR fecharam nos 10,18 euros, a caírem -0,29%.
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