Protestos nos EUA contra "ataques" da administração Trump

Dezenas de milhares de manifestantes vão voltar às ruas dos Estados Unidos na quinta-feira para um novo protesto contra a administração de Donald Trump organizado por vários grupos de ativistas.
O dia de protesto, intitulado “Good Trouble Lives On”, coincide com o quinto aniversário da morte do congressista John Lewis, uma das caras mais conhecidas do movimento dos direitos cívicos dos anos 60, que defendeu o ativismo não violento e foi preso mais de 40 vezes.
“Estamos perante o retrocesso mais descarado dos direitos cívicos em gerações“, acusaram os organizadores do dia de protesto, uma coligação composta pelos grupos Transformative Justice Coalition, Black Voters Matter, Indivisible, Declaration For American Democracy e Public Citizen. “Trump está a tentar dividir-nos, mas conhecemos o poder da nossa união”.
Os organizadores apontaram para a legislação SAVE Act, que consideram ter o propósito de suprimir votos, e para a “criminalização do protesto” da administração como pontos fulcrais por detrás do dia de ação.
O objetivo é “responder aos ataques aos direitos cívicos e humanos pela administração Trump”, com os organizadores a enfatizar a necessidade de serem protestos pacíficos. “Os líderes de direitos cívicos do passado mostraram-nos o poder da ação coletiva”, indicaram.
Há cerca de 1.500 eventos marcados para os 50 estados do país, com especial ênfase na costa Oeste e costa Leste e múltiplas localizações nas grandes cidades.
O condado de Los Angeles tem dezenas de ações marcadas, incluindo vigílias à porta de hospitais, em parques e frente à câmara municipal, assim como São Francisco, Nova Iorque, Boston, Chicago e centenas de outras cidades.
Estas manifestações vão acontecer um mês depois daquele que foi considerado o maior dia de protesto contra Donald Trump desde 2017, o “Dia Sem Rei” que decorreu a 14 de junho. Os manifestantes já saíram à rua várias vezes desde a tomada de posse, incluindo na ação “Hands Off!” em abril e “May Day” no 1º de Maio.
Em resposta ao novo dia de protesto, a porta-voz da Casa Branca Liz Huston disse que “quase 80 milhões de norte-americanos deram ao Presidente Trump um mandato histórico para tornar a América grande outra vez e ele está a cumprir essa promessa em tempo recorde”.
John Lewis liderou a marcha de direitos cívicos em março de 1965 em Selma, Alabama, que ficou conhecida como “domingo sangrento” porque agentes estaduais atacaram os manifestantes.
O congressista foi um dos grandes críticos do primeiro mandato de Donald Trump e cunhou a expressão “good trouble” para descrever ações que causam “bons problemas” de forma a conseguir resultados positivos.
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