"Já amenizei muita coisas da deputada Érika Hilton, mas até o limite tem limite", diz Antônia Fontenelle sobre voto para redução de pena para crimes hediondos

Atriz questiona processo após apontar incoerências no discurso da parlamentar e explica fala retirada do contexto original
A atriz e apresentadora Antônia Fontenelle comentou a polêmica envolvendo o processo movido contra ela pela deputada federal Erika Hilton, por racismo e transfobia, após a youtuber criticar a parlamentar por votar contra o aumento do cumprimento mínimo de 80% da pena por autores de crimes hediondos antes que tenham direito à progressão de regime.
O assunto foi um dos vários assuntos debatidos por Fontenelle em entrevista ao Tubacast, podcast comandado por Luan Onofre, também no Youtube.
Durante a entrevista, Fontenelle esclareceu as falas e questionou a posição de Hilton, que voltou contra a medida de aumento do cumprimento mínimo de pena para tais crime durante a apreciação do projeto de lei nº 1112/23 do deputado Alfredo Gaspar (União-AL).
"Preste atenção na incoerência da pessoa: em entrevista ao jornalista Marcelo Tas, na TV Cultura, ela disse (repetindo a fala de Hilton na entrevista): 'na minha família eu alertei à minha mãe e aos familiares que eles são pretos, o que eles não sabiam. Então eu disse para eles: não adianta tentar alisar o cabelo, clarear a cor da pele, não adianta querer ser branco, porque vocês não são'".
O comentário é seguido de um corte da entrevista mostrando a fala da parlamentar no trecho citado. Fontenelle continua:
"Então o que a Erika Hilton fez? Foi eleita, operou o nariz dela, fez um 'nariz de Pitanguy, que é um nariz de branca que nem eu tenho. Estou aqui tentando mostrar a incoerência e a gravidade da cegueira das pessoas. É sobre isso", complementa.
"Então, Luan, ela fez esse discurso, foi eleita, e só usa lace, perucas loiras lisas, nariz de branco, desenhado, e isso vai em completo desencontro àquilo que ela estava pregando quando foi eleita vereadora mais votada de São Paulo. Ela foi mudando as ações dela, não fechava a conta com aquilo que ela prega, e as pessoas não conseguem enxergar isso".
Fontenelle relembra de toda a campanha feita por políticos de esquerda para identificar quem matou a vereadora Marielle Franco, assassinada junto com o motorista Anderson Gomes, mas que, relembra a influencer, cessou após a identificação dos irmãos Domingos e Chiquinho Brazão - ligados à políticos de esquerda - como mandantes do crime por razões políticas.
"Se eu tenho uma amiga que foi morta barbaramente, como a Marielle e o Anderson foram, é um crime hediondo. Então eu me digo sua amiga, sou eleita, e assino uma Lei para diminuir a pena por crimes hediondos. Ela está jogando no lixo o que aconteceu com a Marielle, porque daqui a pouco os assassinos estarão soltos".
Fontenelle segue seu comentário, reforçando a contradição no discurso de Erika Hilton
"Ela joga no lixo o discurso para a família, quando diz que não adianta pintar o cabelo de loiro ou alisar o cabelo 'porque vocês são negros' - não fui eu que falei, eu estava na minha live reproduzindo o discurso dela - e aí eu disse: - querida, você é preta, seu cabelo é duro, e isso não é demérito para ninguém. Mas é demérito você, quando teve a chance de ser alguém, assinar uma Lei bizarra dessa. O que fizeram: Um recorte dessa minha fala, reproduzindo o que ela mesmo falou, e tiraram a parte que eu digo que não é demérito para ninguém", acrescentou.
Antônia Fontenelle ainda lembrou a recém aprovada Lei das Fake News e questiona se a sua fala, tirada de contexto, não se encaixaria nesta condição, já que a edição deu outro sentido à sua indignação, dando ideia de um crime de racismo que ela não cometeu.
"Tive dois ex-maridos pretos, um filho preto, duas netas pretas, meus melhores amigos são pretos e gays, derrubando por terra essa acusação absurda de racista e transfóbica. Não sou eu que não me aceito como sou. Ela está me usando de cortina de fumaça pra esconder as barbáries cometidas por ela quanto parlamentar, como por exemplo diminuir pena pra pedófilos, estupradores , assassinos, e o derrame de dinheiro público pra pagar maquiadores e cabeleireiros pra ela aparecer com suas laces caras, escovadas e loiras.", finalizou.
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