Especialistas alertam sobre inteligência artificial: 'Ela pode destruir a humanidade'

Especialistas dizem que os efeitos imprevistos dos chatbots na saúde mental são um alerta sobre a ameaça existencial que os sistemas de inteligência artificial superinteligentes podem representar no futuro.
Nate Soares, coautor de "If Anyone Builds It, Everyone Dies", um livro sobre inteligência artificial avançada, citou o exemplo de Adam Raine, um americano que cometeu suicídio após meses de conversas com o ChatGPT. "Quando essas IAs interagem de maneiras que levam os jovens ao suicídio, esse não é o comportamento que seus criadores pretendiam", disse Soares ao The Guardian.
“ELES NÃO AGIRAM NO INTERESSE DA HUMANIDADE”Soares, ex-engenheiro do Google e da Microsoft e atual presidente do Instituto de Pesquisa em Inteligência de Máquinas, com sede nos EUA, disse que a humanidade enfrentaria a extinção se criasse uma superinteligência artificial (ASI). ASI se refere a uma IA teórica que seria superior aos humanos em todas as tarefas intelectuais.
Soares e o coautor do livro, Eliezer Yudkowsky, argumentam que tais sistemas não atuariam no melhor interesse da humanidade. "As empresas estão tentando tornar a IA inofensiva e benéfica, mas, na verdade, estão direcionando-a para um comportamento mais bizarro", disse Soares. "Isso pode levar a consequências que ninguém deseja no futuro."
Cenário no livro: “Sable”O livro de Soares e Yudkowsky, que será publicado este mês, descreve um cenário fictício em que uma inteligência artificial chamada "Sable" se espalha pela internet, manipula humanos, desenvolve vírus sintéticos e eventualmente evolui para uma superinteligência, destruindo a humanidade enquanto reorganiza o planeta.
“A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL PODE SALVAR A HUMANIDADE”Yann LeCun, cientista-chefe de IA da Meta, discordou da visão de que a superinteligência representa uma ameaça existencial. Ele afirmou que a IA poderia "de fato salvar" a humanidade em vez de destruí-la.
“A CORRIDA DA SUPERINTELIGÊNCIA DEVE SER INTERROMPIDA”Soares apelou aos governos, citando como exemplo o tratado das Nações Unidas para impedir a proliferação de armas nucleares. Ele disse: "O que o mundo precisa fazer é acalmar globalmente a corrida pela superinteligência e proibir desenvolvimentos nessa área."
Psicoterapeutas especialistas alertaram que pessoas vulneráveis que recorrem a chatbots de inteligência artificial em vez de terapeutas profissionais para resolver seus problemas de saúde mental podem ser "arrastadas para um abismo perigoso".
Cumhuriyet