Zelensky diz que espera acabar com a guerra na Ucrânia 'este ano'
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O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky disse "esperamos poder terminar esta guerra este ano" no terceiro aniversário da invasão em grande escala da Rússia.
Mas ele alertou que a Ucrânia precisa de garantias de segurança para evitar que Moscou retorne, sugerindo que a filiação à UE e à OTAN ajudará. A Rússia tem se oposto consistentemente à ideia da Ucrânia se juntar à OTAN.
Anteriormente, Zelensky disse que um acordo de paz com a Rússia poderia começar com uma troca "completa" de prisioneiros de guerra.
Zelensky falava em uma cúpula de líderes europeus, além do primeiro-ministro canadense Justin Trudeau, que estavam em Kiev para mostrar seu apoio.
Falando em uma entrevista coletiva, Zelensky foi questionado sobre quais eram suas esperanças para a Ucrânia e seu povo após três anos de guerra.
"Esperamos poder terminar a guerra este ano", ele respondeu, acrescentando que foi "muito difícil" para toda a nação.
No curto prazo, ele disse que a Ucrânia precisava de garantias de segurança para impedir o retorno da Rússia nos próximos anos.
A adesão à UE e à OTAN em breve "nos ajudaria muito", acrescentou.
Zelensky disse recentemente que estaria disposto a deixar o cargo de presidente se a Ucrânia se tornasse membro da OTAN em troca. A Rússia disse que não aceitaria isso como parte de nenhum acordo de paz.
Ele foi questionado sobre os EUA e seu relacionamento com o presidente Donald Trump várias vezes, mas não respondeu diretamente. Zelensky disse que esperava "que os Estados Unidos continuassem apoiando, como todos os parceiros".
Na semana passada, Trump chamou o presidente ucraniano de "ditador" e disse que ele tinha feito um "trabalho terrível" na liderança da Ucrânia. Isso aconteceu depois que Zelensky disse que Trump estava "vivendo em um espaço de desinformação" governado por Moscou.
Trump tem repetidamente pedido uma "paz rápida" — um fim às hostilidades que levaria a Ucrânia a fazer concessões consideráveis à Rússia.
Zelensky também disse que uma troca completa de prisioneiros de guerra com a Rússia poderia ser o "começo" do fim da guerra.
Houve 60 trocas de prisioneiros entre os dois lados desde o início da guerra, incluindo uma em dezembro envolvendo centenas de prisioneiros trocados.
"Esta é a opção justa e correta", disse Zelensky, observando que há milhares de ucranianos detidos na Rússia — alguns dos quais estão presos desde a invasão da Crimeia em 2014.
A Ucrânia não publica o número de prisioneiros de guerra mantidos pela Rússia, mas acredita-se que o total seja superior a 8.000.
Os participantes da cúpula incluíram a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o presidente do Conselho Europeu, Antonio Costa, e os líderes do Canadá, Dinamarca, Islândia, Letônia, Lituânia, Finlândia, Noruega, Espanha e Suécia.
Outros líderes, incluindo do Reino Unido, Alemanha e Japão, falaram por link de vídeo. Não houve sinal de representação dos EUA.
Trudeau disse que "poder não significa mais certo neste mundo" - em uma aparente referência às recentes negociações de alto nível entre a Rússia e os EUA.
A primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, disse que estava "de mente aberta" sobre o envio de tropas de paz para a Ucrânia se e quando a guerra terminar, mas acrescentou que "muitas perguntas precisam ser respondidas" primeiro.
"Nesta luta pela sobrevivência, não é apenas o destino da Ucrânia que está em jogo. É o destino da Europa", escreveu von der Leyen no X.
Na entrevista coletiva, ela disse que a Ucrânia poderá ingressar na União Europeia antes de 2030 se continuar com a velocidade e a qualidade de suas reformas.
A cúpula aconteceu antes do encontro do presidente francês Emmanuel Macron com Trump em Washington DC, onde a Ucrânia deveria estar no topo da agenda.
Dezenas de milhares de soldados e civis morreram desde que a Rússia lançou sua invasão em grande escala há três anos, enquanto grandes áreas da Ucrânia foram destruídas.
BBC