Casa Branca revela plano estratégico dos EUA para IA. Veja o que ele inclui.

O governo Trump revelou na quarta-feira um Plano de Ação para IA com o objetivo de manter o domínio dos EUA na corrida pela inteligência artificial. A iniciativa faz parte de um esforço contínuo que a Casa Branca iniciou no início deste ano com uma ordem executiva que removeu as proteções de IA impostas pelo governo Biden.

O plano, que inclui mais de 90 ações de políticas federais, irá, de modo geral:

• Apoiar a construção de centros de dados, fábricas de semicondutores e a rede elétrica
• Estabelecer limites sobre quais empresas o governo contrata, em uma tentativa de eliminar o "viés ideológico" nos chatbots
• Reter financiamento de estados que tenham "regulamentações onerosas de IA"
• Obrigar as agências federais a reverem suas regras e revogarem qualquer uma que "atrapalhem o desenvolvimento da IA"
• Estabelecer um programa para entregar pacotes de exportação de IA — que incluirão hardware, modelos, software, aplicativos e padrões — aos aliados dos EUA.

Espera-se que Trump fale sobre o novo plano e assine decretos executivos relacionados durante um discurso principal em uma cúpula de IA em Washington, D.C., na quarta-feira. A apresentação será coorganizada pelo bipartidário Hill and Valley Forum e pelo All-In Podcast, um programa de negócios e tecnologia apresentado por quatro investidores e empreendedores de tecnologia, incluindo o czar da IA e das criptomoedas de Trump, David Sacks.

"O objetivo aqui é que os Estados Unidos ganhem a corrida da IA", disse Sacks durante uma entrevista coletiva com repórteres na manhã de quarta-feira.

O plano é apoiado pelo Escritório de Política Científica e Tecnológica (OSTP) e será executado nos próximos seis meses a um ano, de acordo com Michael Kratsios, diretor de políticas do OSTP.

"Este é um dia decisivo para Trump expor a visão da IA e garantir que os EUA permaneçam à frente da China, apesar de toda a turbulência no acordo comercial", disse Dan Ives, analista da Wedbush Securities, em um e-mail para a CBS MoneyWatch.

O Plano de Ação de IA se concentra em acelerar a inovação em IA e desenvolver infraestrutura de IA para garantir que os EUA liderem a "diplomacia de IA" internacional, de acordo com Sacks, que expôs os principais pilares do plano durante a teleconferência de quarta-feira.

Isso inclui acelerar a construção de data centers de grande porte , que abrigam servidores, equipamentos de rede e outras tecnologias usadas para alimentar a inteligência artificial.

Atualmente, existem milhares de data centers espalhados pelos EUA. A maioria está conectada à rede elétrica do país e depende de enormes quantidades de eletricidade para operar. A proliferação de data centers de IA tem sido citada como um dos impulsionadores do aumento dos custos de energia .

A expectativa é que o número de data centers cresça à medida que as empresas de tecnologia aumentam o financiamento para seus planos de construção. Amazon, Microsoft, Meta, OpenAI e xAI têm grandes projetos em andamento.

Além dos investimentos na construção de data centers, o plano também se concentra em "acelerar e modernizar programas" para fábricas de semicondutores, ou fabs, e atualizar a rede elétrica do país para dar suporte às enormes demandas de energia da supercomputação de IA, disse Kratsios.

Outro foco será controlar o que autoridades da Casa Branca chamam de "viés ideológico" nos chatbots. Sacks, ex-executivo do PayPal, tem criticado duramente esse tipo de comportamento após um incidente em 2024 com o gerador de imagens de IA do Google, que criou imagens de homens negros, asiáticos e nativos americanos quando solicitado a mostrar um dos Pais Fundadores dos Estados Unidos.

"Acreditamos que os sistemas de IA devem ser livres de viés ideológico e não devem ser projetados para perseguir agendas de engenharia social", disse Sacks na quarta-feira. "E, portanto, temos uma série de propostas sobre como garantir que a IA continue buscando a verdade e seja confiável."

Para isso, Kratsios disse que o plano atualizará as diretrizes de aquisição federais para garantir que o governo contrate apenas desenvolvedores de LLM cujos sistemas "permitam que a liberdade de expressão floresça".

O plano também se concentrará em manter a vantagem competitiva dos EUA na corrida global pelo domínio da IA, competindo com países como a China, que vem expandindo sua presença na área. Um alto funcionário da Casa Branca afirmou que o relatório apoia os controles de exportação para garantir "que nossa tecnologia mais avançada não caia nas mãos de [outros] países".

Como parte de seus esforços, a Casa Branca busca remover o que chama de burocracia e "regulamentação onerosa" que têm dificultado a inovação em IA. A autoridade acrescentou que o plano prevê a remoção dos requisitos de financiamento para diversidade, equidade e inclusão e clima (DEI) da Lei CHIPS do governo Biden.

As regulamentações DEI dentro da Lei de Criação de Incentivos Úteis para a Produção de Semicondutores (CHIPS) para a América "sobrecarregam a indústria" e "retardam a entrega de projetos críticos", disseram eles.