Auditoria descobre que esforços do governo federal para eliminar espaços de escritórios subutilizados estão aquém do esperado

Um novo relatório do auditor geral do Canadá diz que o plano de 10 anos para reduzir o espaço dos escritórios do governo federal pela metade não está no caminho certo.
Uma das oito auditorias de desempenho divulgadas na manhã de terça-feira pela Auditora Geral Karen Hogan concluiu que o esforço de redução iniciado em 2019 apenas começou, "principalmente devido à falta de financiamento".
Antes da pandemia de COVID-19, o Serviço Público e Compras do Canadá (PSPC) estimava que 50% dos escritórios federais estavam subutilizados. O departamento começou a planejar a alienação de certos imóveis para outros fins, como moradia.
Mas, nos seis anos seguintes, o portfólio de escritórios federais quase não caiu, de 64,6 milhões de pés quadrados para 63,5 milhões de pés quadrados, descobriu Hogan.
No ano passado, o governo federal anunciou que disponibilizaria US$ 1,1 bilhão para ajudar o PSPC a atingir sua meta de redução de 50% em 10 anos. O departamento estimou que atingir essa meta economizaria US$ 3,9 bilhões na próxima década, além de uma economia contínua de pouco menos de US$ 1 bilhão por ano.
"O financiamento visa ajudar a acelerar a rescisão de contratos de locação e a alienação de propriedades federais vagas ou subutilizadas, além de reduzir os custos de manutenção e operação", afirmou a auditoria.
No entanto, o PSPC atualmente projeta uma redução de apenas 33% dentro desse período de 10 anos.
O custo total de operação dos edifícios do governo federal totalizou cerca de US$ 2,14 bilhões no ano fiscal de 2023-2024.
O plano de reduzir drasticamente o espaço de escritórios federais está sendo visto por alguns como uma oportunidade de ouro para aumentar o estoque de moradias populares tão necessário no Canadá.
"Se bem administrado, o reaproveitamento de terras e edifícios federais excedentes pode ajudar a aumentar a oferta de moradias sustentáveis, acessíveis e de baixo custo", concordou a auditoria.
Em 2018, a Corporação Hipotecária e Habitacional do Canadá (CMHC) recebeu US$ 200 milhões ao longo de 10 anos para a Iniciativa de Terras Federais, um programa criado para vender propriedades federais excedentes para transformá-las em moradias populares.
A meta inicial da iniciativa era "garantir compromissos" para construir 4.000 unidades habitacionais até 2027-2028. O auditor-geral concluiu que a CMHC está no caminho certo para garantir esses compromissos, mas prevê que apenas 1.951 unidades serão efetivamente construídas até esse prazo.
"A iniciativa não maximizou o acesso à moradia acessível para aqueles com mais necessidade", constatou a auditoria.
O auditor geral também descobriu que 39 por cento dos projetos apoiados pela Iniciativa de Terras Federais não atenderão aos canadenses que vivem em áreas onde a necessidade de moradia é maior.
"Isso é especialmente preocupante, pois a Pesquisa de Mercado de Aluguel de 2022 da CMHC mostrou que as famílias de menor renda tinham acesso a uma parcela muito pequena do estoque de imóveis para aluguel, cerca de menos de cinco por cento nos grandes centros, um por cento em Vancouver e quase nada nas principais cidades de Ontário", diz a auditoria.
A CMHC disse que isso ocorre porque há um estoque limitado de propriedades governamentais disponíveis para conversão habitacional em algumas dessas regiões.

Além disso, a auditoria constatou que a CMHC atendeu ao requisito de acessibilidade da iniciativa, mas esse requisito "não foi projetado para fornecer moradia acessível às famílias de menor renda".
Por fim, o auditor descobriu que a iniciativa apoiou apenas moradias para aluguel, em vez de uma gama mais ampla, incluindo abrigos de emergência, moradias temporárias e moradias sociais.
Autoridades da CMHC disseram ao auditor geral que isso ocorre porque a iniciativa "fornece terrenos com desconto, mas não fornece suporte financeiro contínuo", dificultando a acomodação de outros tipos de moradia.
cbc.ca