Apenas 12,9% das mulheres no México trabalham em ciência, tecnologia e inteligência artificial.

No México, apenas 12,9% dos empregos em STEM — ciência, tecnologia, engenharia e matemática — são ocupados por mulheres, enquanto globalmente entre 20 e 29% dos que trabalham em inteligência artificial (IA) são mulheres, alertou Violeta Vázquez Rojas, Subsecretária do Ministério da Ciência, Humanidades, Tecnologia e Inovação (SECIHTI).
Durante o Encontro ANUIES-ICT UNAM 2025, o representante oficial enfatizou que as novas tecnologias devem ser concebidas e implementadas com uma perspectiva de gênero e inclusão. Caso contrário, “os preconceitos do passado serão reproduzidos nos algoritmos do futuro”.
Vázquez Rojas enfatizou que a digitalização, a computação de alto desempenho e a inteligência artificial só cumprirão sua promessa transformadora se contribuírem para reduzir as lacunas históricas que limitam o acesso ao conhecimento e ao desenvolvimento. "Seu valor reside não apenas na automatização ou na previsão, mas na democratização de oportunidades", explicou.
Atualmente, apenas 30 em cada 100 graduados em áreas STEM são mulheres, e os setores com menor participação feminina são engenharia e desenvolvimento tecnológico, com 21,9%, e física, matemática e ciências da Terra, com 24%.
O reitor da UNAM, Leonardo Lomelí Vanegas, concordou que eliminar a exclusão digital teria um impacto global significativo. Segundo a ONU Mulheres, isso melhoraria a vida de mais de 343 milhões de mulheres e meninas e tiraria 30 milhões de mulheres da pobreza até 2050, adicionando US$ 1,5 trilhão ao PIB global até 2030.
“Portanto, as políticas públicas de digitalização devem ser consolidadas como um bem público orientado para a justiça social e a equidade substancial”, destacou Lomelí Vanegas.
O Sistema Nacional de Pesquisadores (SNI) apresenta um panorama mais animador: 40% dos seus membros são mulheres, embora nos níveis mais altos — SNI III e emérito — esse número caia para 27%. Quarenta anos atrás, havia cinco homens para cada mulher no SNI; hoje, a diferença é de 18 pontos percentuais.
Luis González Placencia, secretário da ANUIES, enfatizou que as TIC são ferramentas poderosas, mas seu valor depende de quem as aplica com uma abordagem humana, ética e transformadora. “A tecnologia não é um fim em si mesma, mas um meio para fortalecer o aprendizado, a pesquisa, a gestão e o bem-estar social”, afirmou.
O mercado de aplicações de inteligência artificial no México cresceu de US$ 98 milhões em 2024 para uma projeção de US$ 450 milhões em 2025, enquanto quase 70% das empresas mexicanas planejam aumentar o investimento nessa área.
O encontro ANUIES-ICT na UNAM reuniu comunidades acadêmicas, estudantes, funcionários administrativos e a sociedade civil, destacando a colaboração e o talento que tornam a inovação e a transformação digital possíveis. Cada projeto compartilhado reflete um compromisso com um ensino superior mais inclusivo, responsável e sustentável, conectado aos desafios atuais.
La Verdad Yucatán




