Selecione o idioma

Portuguese

Down Icon

Selecione o país

Spain

Down Icon

Fraturação hidráulica no México, com potencial para geração de empregos e autossuficiência energética.

Fraturação hidráulica no México, com potencial para geração de empregos e autossuficiência energética.

A implementação do fracking – extração de gás por meio da fratura hidráulica do solo – em Coahuila tem o potencial de gerar empregos, principalmente em regiões que enfrentam desafios nessa área.

Segundo Antonio Serrano Camarena, professor da Universidade Autônoma de Coahuila (UAdeC), a integração dessa indústria ao estado traz três efeitos diretos: geração de empregos, potencial para criar uma empresa de fundição que deixe o carvão para trás e redução da dependência do gás importado dos Estados Unidos.

“O benefício é definitivamente significativo, é possível, e existem muitas oportunidades para aproveitar o gás que temos aqui. Não faz sentido proteger o meio ambiente se não temos dinheiro suficiente nem para comida. O grande desafio agora é como conseguiremos suprir nossas necessidades diante de uma recessão econômica”, explicou ele.

VOCÊ TAMBÉM PODE SE INTERESSAR POR: Coahuila: Fraturamento hidráulico, sim ou não? É um verdadeiro dilema

Ele também indicou que um recurso energético é duas ou três vezes mais importante do que qualquer outro produto, visto que a energia é necessária permanentemente e as reservas de gás que o estado possui têm duração comprovada de pelo menos 30 anos.

O economista destacou que a extração de gás no estado poderia reduzir os casos adversos de dependência energética dos Estados Unidos.

“Ter gás reduz nossa dependência dos Estados Unidos hoje, algo que vivenciamos há três anos, quando eles cortaram nosso fornecimento de gás durante uma enorme onda de frio, e a consequência foi que pagamos o preço não apenas em nossas casas, mas também no nível das empresas que ficaram impossibilitadas de produzir justamente por falta de gás”, disse ele.

Serrano Camarena também destacou que, por se tratar de um mecanismo de extração novo no país, é preciso esclarecer quais ações a Pemex tomará e quais serão deixadas para empresas privadas.

O Plano Estratégico da Pemex para 2025-2035 , publicado em agosto deste ano, afirma que nos próximos anos "a avaliação de depósitos geológicos complexos e áreas de fronteira será reativada por meio de esquemas contratuais que permitam a participação de investimentos privados".

O mesmo documento concorda que a exploração de depósitos de "geologia complexa" reflete uma estratégia que visa garantir uma taxa de reserva suficiente e que, adicionalmente, "contribuirá para a geração de empregos na região onde essa atividade ocorrerá".

'PROJETOS FORAM PERDIDOS'

Foi em 2023 que o então diretor do Cluster de Energia de Coahuila, Rogelio Montemayor Seguy, indicou que até 27 projetos de energia se opunham ao fracking.

“Muitas, só das que estavam funcionando quando o Morena (Movimento de Regeneração Nacional) entrou no Governo Federal, 27 apenas em Coahuila, obviamente já se perderam. Além de todas as que poderiam ter sido criadas”, explicou o ex-governador do estado naquele ano.

Ele também lamentou que a recusa em permitir o fraturamento hidráulico force o consumo contínuo de óleo combustível, com as consequências ambientais que isso acarreta, e descreveu o desrespeito ao meio ambiente na administração federal anterior como "criminoso".

Por sua vez, o Secretário de Economia de Coahuila indicou em agosto deste ano que "revitalizar" o gás de xisto é uma oportunidade para o estado reativar projetos que estavam pendentes nesse sentido.

O Plano Estratégico da Petróleos Mexicanos (Pemex) estima que, até 2030, o México poderá produzir 303 bilhões de pés cúbicos de gás.

Especialistas destacam os benefícios que Coahuila e o nordeste do México irão experimentar com a retomada da exploração de gás de xisto.

DESTAQUES DO PROGRESSO AMBIENTAL

O documento da própria empresa estatal destaca “os progressos no projeto, perfuração e conclusão de poços, visando minimizar o impacto ambiental, com especial ênfase na preservação dos corpos de água doce.

Ele também destaca que, para garantir a "licença social" para o fracking, é preciso promover a participação ativa das comunidades, implementando ao mesmo tempo "normas de segurança rigorosas".

Em relação à gestão da água, estão sendo avaliadas alternativas que incluem o uso de águas residuais tratadas, água produzida e água do mar tratada.

Desde 2017, o Centro Mario Molina emitiu uma série de recomendações para métodos de extração não convencionais, incluindo o fraturamento hidráulico. Entre elas, recomendou “a instalação de um sistema de monitoramento sísmico para controlar o processo de fraturamento hidráulico e o descarte de água contaminada no subsolo, e para permitir a interrupção das atividades de injeção assim que um limite de sismicidade preestabelecido for excedido”.

VOCÊ TAMBÉM PODE SE INTERESSAR POR: Organizações rejeitam plano da Pemex de reativar o fraturamento hidráulico no nordeste do México

Ele também indicou que os reguladores da fratura hidráulica devem saber com certeza quais fluidos serão utilizados no processo e que traçadores químicos devem ser usados ​​para possível atribuição de responsabilidades em caso de contaminação de aquíferos.

O estudo também estabeleceu que deve ser definida uma distância mínima entre a área de fraturamento e a fonte de água potável mais próxima, o que ajudará a reduzir o risco de contaminação.

Vanguardia

Vanguardia

Notícias semelhantes

Todas as notícias
Animated ArrowAnimated ArrowAnimated Arrow