O dólar colombiano começa o dia em 3.960 pesos, preço que não era visto desde abril de 2024, e perde 32 pesos em relação ao TRM.

Na Colômbia, o dólar abriu as negociações desta sexta-feira, 5 de setembro, a 3.959 pesos, representando uma queda de 32 pesos em relação à Taxa Representativa de Mercado (TRM) de 3.991,09 pesos. Esse preço não era visto desde abril de 2024, de acordo com registros da JP Tactical Trading.
Durante as primeiras horas da sessão, a moeda registrou uma cotação mínima de 3.959 pesos e uma máxima de 3.969 pesos.
David Cubides, chefe de Pesquisa Econômica do Banco de Occidente, explicou que essa tendência está em linha com o cenário esperado para o final de 2025: "Estruturamente, temos o dólar em 3.900 pesos no final do ano. Portanto, se o mantivermos nesse nível ou até mesmo em um nível mais baixo , pode haver alguma flutuação ou pressão de alta no meio do caminho, mas isso dependerá do que acontecer com o Federal Reserve e se as taxas de juros serão ou não reduzidas."
No contexto global, a queda do dólar no mercado internacional ocorreu após a publicação dos dados de folha de pagamento não agrícola nos Estados Unidos , que mostraram a criação de apenas 22 mil empregos em agosto, bem abaixo dos 75 mil esperados pelo consenso da Bloomberg.
O número também ficou longe dos 70 mil previstos pelo Itaú, enquanto 79 mil empregos foram criados em julho, número posteriormente revisado para baixo.
Apesar da piora no ritmo de contratações, a taxa de desemprego permaneceu estável em 4,3%, em linha com as expectativas dos analistas.

Notas de peso colombiano. Foto: iStock
"As moedas estão ganhando valor em todos os setores à medida que o dólar enfraquece globalmente, com o índice DXY buscando o fundo de seu canal lateral acima de 97,6 pontos, refletindo um mercado de trabalho muito mais fraco do que o esperado", detalha uma equipe de pesquisa econômica do Itaú.
A entidade enfatizou que o peso colombiano, juntamente com o peso mexicano e o real brasileiro, está testando suporte técnico, o que pode abrir portas para uma maior valorização na região.
"Em particular, o peso colombiano tem estado sob pressão devido à barreira dos 4.000 pesos, mas a fraqueza do dólar pode permitir níveis próximos dos 3.950 pesos no curto prazo", explicou o Itaú.
O mercado também está de olho na divulgação dos dados de inflação de agosto nos Estados Unidos, que serão divulgados ainda hoje. O Itaú projeta uma alta mensal de 0,13% (ante os 0,20% observados em 2024), o que elevaria a alta anual para 5,04%.
Analistas concordam que a deterioração do mercado de trabalho reforça as expectativas de um corte de 25 pontos-base na taxa de juros pelo Federal Reserve em setembro, bem como a possibilidade de pelo menos dois cortes adicionais até o final do ano.
Mais notíciaseltiempo