Onde está Adán Augusto? Seu paradeiro é desconhecido, enquanto seu ex-secretário de segurança está ligado ao tráfico de drogas.

A ausência do senador Adán Augusto López Hernández, presidente da Junta de Coordenação Política do Senado, acendeu o alarme no cenário político nacional. Apesar de sua responsabilidade à frente de um dos órgãos legislativos mais importantes do país, o ex-governador de Tabasco optou pelo silêncio, enquanto seu nome ressurge em meio a um escândalo de grande repercussão: seu ex-secretário de Segurança Pública, Hernán Bermúdez Requena, foi identificado como líder do grupo criminoso "La Barredora".
Nos corredores do Senado, a ausência prolongada de López Hernández já é motivo de piadas, mas também de preocupação. Alguns senadores afirmam ter "já ativado o alerta Amber", enquanto outros afirmam desconhecer seu paradeiro. O senador de Morena, Emmanuel Reyes Carmona, ofereceu-se para procurá-lo pessoalmente para responder às perguntas:
O alerta vermelho emitido pela Secretaria de Segurança e Proteção Cidadã (SSPC) contra Bermúdez Requena o identifica como o suposto líder de uma célula criminosa que operava violentamente em Tabasco. Sua nomeação como chefe de polícia foi responsabilidade direta de Adán Augusto durante seu mandato como governador.
Embora o escândalo evoque inevitavelmente o caso de Genaro García Luna, Gerardo Fernández Noroña, presidente da Comissão Permanente, descartou qualquer comparação:
“Não há semelhança, mas nenhuma é nenhuma.”
O escândalo gerou tensões dentro do partido Morena. Alguns, como Enrique Inzunza, evitam fazer julgamentos:
“Pergunte ao senador Adán Augusto, eu não sou seu porta-voz.”
Outros, como Ricardo Mejía Berdeja — também acusado pelo PAN de Coahuila de supostas ligações criminosas — foram diretos:
"Se houver motivos para isso, deve-se agir de acordo com a lei. Não deve haver impunidade para ninguém."
Na oposição, a senadora do PRI Carolina Viggiano exigiu uma investigação completa:
"Adán López deve ser investigado, não apenas por nomear Bermúdez, mas também por ignorar relatórios de inteligência que alertavam sobre seu passado criminoso."
Rubén Moreira foi mais longe, denunciando fraturas internas no Morena e uma crise estrutural em Tabasco:
"Este escândalo está sendo usado para desviar a atenção da crise no estado mais violento do país, com uma economia em colapso e a Pemex endividada."
A senadora do PAN, Lilly Téllez, não se conteve. Do pódio, exigiu que Adán Augusto se mantivesse afastado dela:
"Ele é corrupto; deveria deixar o Senado algemado."
A declaração gerou forte repercussão nas redes sociais e intensificou o debate público em torno do membro do Morena, que até o momento não fez nenhuma declaração pública sobre o caso Bermúdez nem compareceu a nenhuma sessão da Comissão Permanente.
Analistas e observadores políticos veem esse silêncio como uma estratégia deliberada de contenção para evitar que o escândalo se agrave e se espalhe para o governo federal. No entanto, a falta de explicações e o crescente vazio de informações alimentam teorias, suspeitas e tensões tanto dentro do Morena quanto na oposição.
Embora o paradeiro político — e literal — de Adán Augusto López Hernández permaneça um mistério, a pressão social e legislativa aumenta. Os cidadãos exigem clareza, as instituições exigem transparência e o Senado exige respostas. O silêncio, neste contexto, é imprudente: é uma declaração sem palavras que já está gerando consequências.
La Verdad Yucatán