Mali: Junta denuncia plano de desestabilização apoiado por "estados estrangeiros" e cidadão francês é preso

A junta, que chegou ao poder após dois golpes em 2020 e 2021, também se manifestou sobre as dezenas de prisões de militares nos últimos dias, acusados de querer derrubar o governo.
Este país da África Ocidental, acostumado à agitação política, é governado por forças militares soberanistas em meio a severas restrições às liberdades impostas pela junta e à violência jihadista mortal em todo o país. Em seu comunicado, a junta anunciou "a prisão de um pequeno grupo de elementos marginais das forças de segurança armadas do Mali", que, segundo ela, buscavam "desestabilizar as instituições da República". "Esses soldados e civis" teriam recebido "assistência de Estados estrangeiros", acusa o governo do Mali.
cidadão francês presoUm cidadão francês foi preso sob suspeita de trabalhar "para os serviços de inteligência franceses", segundo a junta malinesa. Além disso, pelo menos 55 soldados teriam sido presos, segundo fontes de segurança consultadas pela AFP. "As investigações judiciais continuam para identificar possíveis cúmplices", afirmou o governo.
A junta confirmou a prisão de dois generais, Abass Dembélé e Nema Sagara. O general Abass Dembélé é uma figura altamente respeitada dentro do exército. Este ex-governador da região de Mopti (centro) foi recentemente demitido do cargo pela junta.
As prisões foram realizadas principalmente dentro da Guarda Nacional, um braço do exército malinês. É notoriamente o braço original do Ministro da Defesa, General Sadio Camara, uma figura-chave na junta. Vários observadores notaram que alguns dos presos pelas autoridades são próximos do Sr. Camara, mas ele não foi interrogado até o momento.
SudOuest