Conclave das Pensões: Incertezas Permanecem Antes da Rodada Final na Próxima Segunda-feira

O conclave, que começou em 27 de fevereiro, estava originalmente programado para terminar em 28 de maio, antes de ser prorrogado até 17 de junho. Esta sessão final "flertou com o fracasso", segundo Yvan Ricordeau, representante da CFDT, e deixou sua marca. O presidente do Medef, Patrick Martin, está "muito reservado" quanto à presença na segunda-feira de sua entidade, a principal representante dos empregadores. "Já perdemos muito ao longo do caminho, então temos que terminar com cinco", retruca Eric Chevée.
A FO fechou a porta na primeira reunião, em 27 de fevereiro, e a CGT e a U2P (sindicato patronal dos artesãos) abandonaram o barco em meados de março. Apenas a Medef e a CPME permaneceram do lado dos empregadores, e a CFDT, a CFE-CGC e a CFTC do lado dos sindicatos. "Se cinco de nós assinarmos, é um compromisso real. Se apenas três de nós (os sindicatos) assinarmos, não será a mesma coisa", também alertou repetidamente Pascale Coton, negociadora da CFTC.
"Não pedíamos que esta reforma fosse reexaminada. Algumas pessoas estão a desfazê-la discretamente", resmunga Patrick Martin. Alterar a impopular reforma da previdência de Borne, de 2023, elevando gradualmente a idade de aposentadoria de 62 para 64 anos, era um dos objetivos do conclave, iniciado por François Bayrou após um acordo firmado com os socialistas para evitar a censura do governo.
A Medef (associação patronal francesa), sem surpresa, tem sido inflexível em manter a idade de aposentadoria em 64 anos. Independentemente do que acontecer ao final da reunião de última hora de segunda-feira, esta medida emblemática permanecerá em vigor para os funcionários nascidos em ou após 1º de janeiro de 1968. Os compromissos buscados pelo conclave, que irritam a Medef, estão agora do lado do "progresso social que devemos ser capazes de alcançar", como descreveu Marylise Léon, chefe da CFDT.
O resumo das conclusões apresentado na segunda-feira pelo mediador do conclave, Jean-Jacques Marette, especialista neste tipo de exercício, deverá focar-se principalmente nas carreiras e no trabalho árduo das mulheres. O primeiro ponto, consensual, envolve o aumento das pensões com base no número de filhos que elas tiveram. O segundo envolve a consideração do transporte de cargas pesadas, vibrações mecânicas e posturas inadequadas, critérios ergonômicos defendidos pela CFDT.
Mas as opiniões divergem quanto ao propósito do reconhecimento da fadiga profissional: os sindicatos a veem como uma abertura para a aposentadoria antecipada, enquanto os empregadores preferem outras vias. "Os critérios ergonômicos que concordamos em incluir em nossa proposta concentram-se exclusivamente na prevenção e na requalificação profissional", afirmou Diane Milleron-Deperrois, negociadora da associação patronal francesa (Medef), durante a parte final do conclave.
"Talvez a pressão ministerial permita que os empregadores sejam um pouco mais abertos", mas "quando Patrick Martin diz: 'Não vamos ceder', uma última reunião certamente será inútil", avalia Cyril Chabanier. O presidente da CFTC, no entanto, garante que seu sindicato estará presente na segunda-feira. O resultado do conclave é um momento de acerto de contas para François Bayrou, que havia prometido apresentar suas conclusões ao Parlamento.
SudOuest