Mercado global de luxo provavelmente sofrerá em 2025


Após 1,387 bilhão de francos em 2024, o desenvolvimento deste mercado pode desacelerar este ano, especialmente as vendas de artigos de luxo pessoais (moda e artigos de couro, joias, relógios).
O mercado global de bens de luxo deve desacelerar em 2025, prejudicado por condições geopolíticas e incerteza econômica, com o risco de vivenciar sua pior turbulência em 15 anos, mas a perspectiva de longo prazo permanece positiva, de acordo com um estudo da consultoria Bain and Company.
As vendas de luxo, "sensíveis à incerteza, estão sob pressão crescente, com a confiança do consumidor de luxo sendo prejudicada pela turbulência econômica, tensões geopolíticas e comerciais, flutuações cambiais e volatilidade do mercado financeiro", alerta o estudo publicado na quinta-feira.
Para os autores deste estudo, realizado em parceria com a Fundação Altagamma, que reúne os maiores nomes do luxo italiano, esses ventos contrários podem ser os mais fortes que o setor já enfrentou em 15 anos. China e Estados Unidos, os mercados mais importantes do setor, estão enfrentando um declínio na demanda, causado nos Estados Unidos por flutuações relacionadas às tarifas alfandegárias e, na China, pela atitude de esperar para ver da classe média, estima o estudo.
Após atingir 1,387 trilhão de francos em 2024, o crescimento desse mercado pode desacelerar este ano, especialmente as vendas de artigos de luxo pessoais (moda e artigos de couro, joias, relógios), que representam cerca de um quarto do total e podem cair de 2% a 5%, "dependendo do cenário mais provável". "Tínhamos uma perspectiva relativamente positiva para o último trimestre de 2024 e, infelizmente, o início de 2025 foi negativo", explica Joëlle de Montgolfier, falando em "normalização do mercado".
O estudo considera dois outros cenários, considerados menos prováveis: um otimista, que veria as vendas evoluírem entre -2 e +2%, e outro pessimista, com queda na demanda e, consequentemente, vendas que diminuiriam de 5 a 9%. "Estamos em uma fase de grande dúvida sobre o valor agregado do luxo, sua atratividade, sua capacidade de convencer os clientes de que tem o preço certo para o que oferece. E a própria indústria do luxo (os grupos do setor, nota do editor) tem algumas dúvidas quando vemos essa dança das cadeiras das direções criativas", analisa Joëlle de Montgolfier.
No longo prazo, o estudo da Bain and Company/Altgamma estima que "os fundamentos e as perspectivas continuam bons", argumentando que, nos próximos cinco anos, mais de 300 milhões de novos consumidores, metade deles da Geração Z (nascidos entre o final da década de 1990 e o início de 2010) e Alpha (nascidos depois de 2010), entrarão no mercado.
(o/yb)
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