Trump anuncia tarifas de 30% sobre produtos da UE e do México. Prazo definido

O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou no sábado em sua plataforma de mídia social Truth Social que, em 1º de agosto, imporá tarifas de 30% sobre produtos importados da União Europeia e do México.
Trump publicou cópias das cartas referentes às novas tarifas sobre a Truth Social. Pouco depois, um funcionário da UE disse à Reuters que o anúncio de tarifas de 30% sobre produtos europeus era uma tática de negociação de Trump.
Na manhã de quarta-feira, falando no Parlamento Europeu em Estrasburgo, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, enfatizou que a UE está "trabalhando em estreita colaboração" com o governo Donald Trump, mas também se preparando para "todos os cenários". No mesmo dia, o porta-voz da Comissão Europeia, Olof Gill, afirmou que a UE pretende concluir um acordo comercial com os EUA antes de 1º de agosto – o novo prazo estabelecido por Washington para a conclusão das negociações.
O período inicial de suspensão de 90 dias para as tarifas anunciadas por Trump expirou em 9 de julho. Atualmente, os produtos da UE que entram no mercado americano estão sujeitos a uma tarifa base de 10%, mas em determinado momento o presidente dos EUA ameaçou a UE com tarifas de até 50%.
De acordo com a mídia, a UE quer manter os impostos alfandegários em 10%, mas ao mesmo tempo obter isenções de impostos para itens como aviões, peças de aeronaves e álcool.
Na quarta-feira, o presidente dos EUA enviou cartas sobre novas tarifas ao Brasil, Filipinas, Brunei, Moldávia, Argélia, Iraque e Líbia; ele também anunciou que outros países receberiam cartas sobre novas tarifas em breve.
Trump publicou online o primeiro lote de cópias das cartas endereçadas a 14 países na segunda-feira. Entre os destinatários estavam a Coreia do Sul e o Japão. As importações desses países estarão sujeitas a uma tarifa de 25%.
Enquanto isso, a Reuters relata que, pela primeira vez, o total de tarifas cobradas pelo Serviço Alfandegário dos EUA no primeiro semestre de 2025 ultrapassou US$ 100 bilhões, e o Secretário do Tesouro, Scott Bessent, escreveu no site do X que isso prova que os EUA estão se beneficiando das políticas comerciais do presidente. No início desta semana, Bessent afirmou que espera que as tarifas cobradas até o final do ano cheguem a US$ 300 bilhões.
"Tomaremos todas as medidas necessárias para proteger os interesses da UE", afirmou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, no sábado, em resposta ao anúncio dos EUA de tarifas de 30% sobre as importações da UE. Ela não descartou a adoção de "contramedidas proporcionais".
“Impor tarifas de 30% sobre as exportações da UE interromperia cadeias de suprimentos transatlânticas cruciais, prejudicando empresas, consumidores e pacientes em ambos os lados do Atlântico”, disse o presidente da Comissão Europeia em um comunicado.
"Estamos prontos para continuar trabalhando para chegar a um acordo até 1º de agosto. Ao mesmo tempo, tomaremos todas as medidas necessárias para proteger os interesses da UE, incluindo a adoção de contramedidas proporcionais, se necessário", acrescentou.
"É nosso dever obter os melhores resultados possíveis nas negociações comerciais com os EUA ou escolher outras opções quando se trata de exportar nossos produtos", disse a presidente mexicana Claudia Sheinbaum na quarta-feira, antes que a delegação do governo mexicano partisse para negociações comerciais em Washington na sexta-feira, após o anúncio de Donald Trump de sua intenção de impor tarifas de 50% sobre o cobre importado do México.
O presidente mexicano lembrou que os Estados Unidos não são os únicos importadores de cobre mexicano, pois a China também importa cobre mexicano.
“Na realidade”, lembrou Sheinbaum, “uma grande parte das importações vem do fato de que as empresas americanas, a economia americana, simplesmente precisam delas”.
"O México", acrescentou, "também tem outros destinos de exportação de cobre — por exemplo, para a China. O mesmo vale para produtos farmacêuticos, entre outros."
Costa sobre tarifas de 30% dos EUA: A UE está pronta para proteger seus interessesO presidente do Conselho Europeu, Antonio Costa, enfatizou que a UE apoia a Comissão Europeia nessas ações porque "os impostos alfandegários são impostos". "Eles alimentam a inflação, criam incerteza e prejudicam o crescimento econômico", observou Costa na publicação.
Na sua opinião, a UE deve construir "parcerias comerciais fortes em todo o mundo". "O comércio livre e justo impulsiona a prosperidade, cria empregos e fortalece as cadeias de suprimentos", disse Costa.
Após o retorno de Donald Trump à Casa Branca, a UE acelerou as negociações comerciais com países do Sudeste Asiático e da América do Sul, entre outros, enfatizando a necessidade de diversificação. A Comissão Europeia deverá apresentar sua proposta final de acordo com o Mercosul nos próximos dias.
O presidente francês, Emmanuel Macron, comentou no sábado o anúncio do governo Donald Trump de impor tarifas de 30% sobre as importações da UE a partir de 1º de agosto e exigiu a aceleração das medidas retaliatórias da Comunidade; ele também expressou sua "profunda desaprovação" a essa iniciativa do presidente dos EUA.
Em uma publicação na Plataforma X, Macron pediu uma defesa firme dos interesses europeus, usando a legislação ACI da UE, que permite ações retaliatórias contra tentativas de exercer pressão econômica sobre a UE.
O ACI permite, por exemplo, restringir o acesso a licitações de compras públicas para empresas de um país que exerça pressão sobre a Comunidade, relata a Reuters.
O presidente avaliou que, caso não seja alcançado um acordo sobre tarifas com os EUA até 1º de agosto, a Comissão Europeia deve mobilizar todos os meios de pressão à sua disposição para defender as exportações europeias.
A ministra da Economia alemã, Katherina Reiche, também reagiu à iniciativa de Trump, avaliando que as tarifas que ele pretende impor prejudicarão gravemente as empresas exportadoras europeias, além de impactar negativamente a economia e os consumidores americanos. Ela acrescentou que um acordo pragmático nas negociações comerciais com os EUA é urgentemente necessário.
A Associação de Exportadores Alemães (BGA) anunciou que o anúncio de Trump de implementar tarifas sobre produtos da UE a partir de 1º de agosto faz parte de sua estratégia de negociação e que a UE não deve ser intimidada e deve negociar com os EUA em pé de igualdade.
Anteriormente, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente do Conselho Europeu, Antonio Costa, comentaram a decisão de Trump, enfatizando que a UE está pronta para defender seus interesses. Von der Leyen acrescentou que a UE continua comprometida em chegar a um acordo com os EUA antes de 1º de agosto.
Após o retorno de Donald Trump à Casa Branca, a UE acelerou as negociações comerciais com países do Sudeste Asiático e da América do Sul, entre outros, enfatizando a necessidade de diversificação. A Comissão Europeia deverá apresentar sua proposta final de acordo com o Mercosul nos próximos dias.
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