Os Verdes (PEV) responsabilizam comunicação social pelo crescimento eleitoral do Chega

«Os resultados obtidos pelo Chega não podem também ser dissociados do escandaloso favorecimento pela comunicação social, como nunca antes se viu, a um partido de extrema-direita que fomenta valores de intolerância, discursos de ódio, com mentiras e demagogia, e que sempre deu a mão às políticas de fragilização dos serviços públicos e de direitos dos cidadãos», sustenta o PEV, num comunicado para divulgar as conclusões da reunião do Conselho Nacional de hoje.
No texto, o PEV admite que «o resultado da CDU não foi, contudo, suficiente para a eleição de candidatos de Os Verdes, o que deixará a Assembleia da República desprovida de uma força política ecologista e pacifista, com amplas provas dadas por todo o país».
«Perante este contexto social e político, Os Verdes reforçarão as suas ações, a nível nacional e local, com a proximidade e ligação concreta às preocupações da maioria das pessoas, com o compromisso para com a luta ecologista, por uma sociedade sustentavelmente desenvolvida e em defesa da democracia, da Constituição da República Portuguesa e da Paz», acrescenta.
O PEV, que como é habitual concorreu coligado com o PCP na CDU, considera que «os tempos que se adivinham serão de grande desafio para quem resiste e luta por uma sociedade mais justa, tendo por norte os valores de Abril, num momento que IL, AD e Chega declaram, despudoradamente, uma ofensiva à Constituição da República Portuguesa».
«Esta é uma tentativa de reescrever a história, tendo em vista o ataque aos direitos da população quer no acesso universal ao Serviço Nacional de Saúde, à Escola Pública e com alterações à lei laboral que consubstanciariam uma retirada de direitos e proteção aos trabalhadores. Este é um ataque à democracia com a criação de condições para a redução da pluralidade, através da proposta demagógica e falaciosa da redução do número de deputados na Assembleia da República», sustenta.
No comunicado, Os Verdes «condenam profundamente o genocídio e a investida inqualificável sobre o povo palestiniano, usando a fome como arma para a total subjugação», bem como «o artificialismo de uma ajuda humanitária que é uma mera gota no oceano, quando todos os mais elementares direitos humanos continuam a ser violados».
Nas legislativas de domingo, a CDU elegeu três deputados, menos um do que nas eleições de 2024, tendo o PEV continuado sem qualquer representação no parlamento. O Chega voltou a conquistar o Algarve.
Foto: Bruno Filipe Pires
Barlavento