Banksy está de volta à ativa. Agora, Londres está mobilizando suas equipes de limpeza

Um jovem jaz indefeso na rua. Com a mão direita, ele se agita no ar em vão, enquanto com a esquerda segura desesperadamente uma placa manchada de sangue que o identifica como manifestante. Acima dele, no entanto, ajoelha-se um enorme e pesado representante do Estado — não um soldado ou policial, mas um juiz de peruca. Pela primeira vez, ele não está batendo em seu púlpito com um martelo de madeira para sinalizar uma ordem judicial. Em vez disso, ele o usa para agredir a vítima indefesa.

Esta cena é uma pintura de Banksy. O artista de rua britânico, que até agora conseguiu manter sua verdadeira identidade em segredo, voltou à ativa. No início da semana, ele entrou sorrateiramente no Queen's Building, um prédio do Ministério da Justiça, sob o manto da escuridão, para pichar o motivo descrito acima em uma parede.

Como sempre, quando Banksy aparece e preenche paredes vazias com sua imaginação, ele mais uma vez causa comoção. Suas ações aventureiras e ilegais parecem fascinar quase tanto quanto as próprias obras. Isso também se aplica ao seu grafite mais recente. O artista despertou o espanto do público por conseguir realizar sua obra apesar das medidas de segurança reforçadas em torno do Ministério da Justiça. Mas, é claro, agora também há especulações sobre seu significado.

Uma coisa é certa: Banksy desenvolveu um estilo artístico altamente reconhecível como artista de rua. A nova imagem é tipicamente feita em contrastes de preto e branco, com espaços vazios parcialmente coloridos em cinza-ardósia. Eis o estilo. Mas qual é a mensagem?

A arte de rua em si é uma forma de engajamento artístico: os ativistas realizam um projeto de vanguarda moderna, trazendo a arte para fora do museu e para as ruas. Seu trabalho é em grande parte removido do mercado de arte. E como geralmente não revelam sua identidade ao público — afinal, o grafite é geralmente considerado vandalismo pela lei —, eles se distanciam do culto a artistas e gênios.

Banksy, no entanto, há muito tempo se tornou uma figura cult com glamour mítico — principalmente porque ele se apresenta repetidamente como uma espécie de Robin Hood artístico e assume uma posição política clara em favor das minorias, dos fracos e dos discriminados.

A nova obra agora expressa claramente o protesto contra o judiciário. A maioria dos comentaristas nas redes sociais a vê como uma reação direta à proibição do grupo pró-palestino Ação Palestina e à prisão de centenas de manifestantes anti-Israel. Outros, no entanto, a veem como uma crítica à falta de separação de poderes ou ao abuso dos tribunais por um governo de esquerda.

A empolgação em torno do mais recente Banksy deve diminuir em breve. O Queen's Building é um edifício tombado, anunciou a autoridade responsável. Isso quase pareceu uma desculpa para primeiro cobrir o grafite ilegal e depois limpá-lo completamente da parede. A lei deveria agora tomar medidas contra esse vandalismo artístico e responsabilizar o artista – ele teria então que revelar seu nome. Mas como alguém pode contatá-lo enquanto ele mantém sua identidade em segredo?

Aliás, as obras de Banksy não podem ser completamente destruídas. O célebre artista de rua descobriu a internet há muito tempo. Na segunda-feira, ele apresentou seu trabalho mais recente no Instagram com o título "Royal Courts of Justice London". Banksy tem 13,5 milhões de seguidores.