Azeri de Rostock teme deportação após 17 anos em MV: “Sinto-me como um alemão”

Rostock. Anver Hasanov mora na Alemanha há 17 anos. O azerbaijano concluiu o ensino médio em Bad Doberan. Sua mãe e irmãs moram aqui. Ele é pai de duas crianças pequenas e tem um novo emprego em vista. "Sinto-me alemão", diz o jovem de 28 anos. Mas ainda não se sabe se ele poderá permanecer permanentemente no país que chama de lar.
Uma carta do Escritório de Migração de Rostock deixou Hasanov muito ansioso. "Departamento de Repatriação e Partida", diz o cabeçalho – e o que a agência lhe disse também não o acalmou. "Não me senti bem por dias", diz ele. "Tenho medo de ser deportado."

Anver Hasanov (28) mora em MV há 17 anos e se sente em casa em Rostock.
Fonte: Dietmar Lilienthal
Hasanov havia solicitado uma extensão de sua autorização de residência. A resposta o chocou. O Departamento de Migração escreveu que "pretendia" rejeitar seu pedido. "Trata-se do meu sustento, da minha família, dos meus amigos — tudo."
O dilema: para obter uma autorização de residência, ele precisa de um passaporte nacional. Hasanov, que chegou a Bad Doberan aos 11 anos para morar com a mãe e a irmã mais velha, não tem passaporte. Ambos moram em Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental desde 2001 e possuem cidadania alemã.
Anver Hansanov (28)
Residentes de Rostock do Azerbaijão
A embaixada do Azerbaijão só lhe emitiria um passaporte se ele cumprisse o serviço militar de 18 meses em seu país de nascimento, diz Hasanov, que não fala mais azerbaijano.

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Mas ele fala alemão perfeitamente. "É preciso ler livros para aprender a língua", dizia minha mãe. Hoje sou grato a ela por me obrigar a fazer isso."
O esporte também ajudou em sua integração. Quando criança, ele jogou futebol em Doberan, depois se juntou a clubes de Rostock. Neste verão, o apaixonado jogador de futebol está se transferindo do Lok Rostock para o SV Hafen. "É uma pena que ele esteja deixando o clube", diz o assistente técnico do Lok, Daniel Höfken. "Anvar é uma pessoa ótima e de bom coração."

MV Ministro do Interior, Christian Pegel (SPD)
Fonte: Jens Büttner/dpa
Quando um migrante é realmente considerado bem integrado? "Qualquer pessoa que não apenas viva aqui, mas também se torne parte da nossa sociedade – com direitos e responsabilidades, e num espírito de comunidade – está bem integrada, na minha opinião", afirma o Ministro do Interior, Christian Pegel (SPD). Isso fica evidente em muitos pequenos momentos: "Quando alguém aprende a nossa língua, trabalha, se envolve num clube ou bairro. Quando respeita os nossos valores, vive de acordo com as regras democráticas e assume responsabilidades."
No ano passado, ocorreram 390 deportações de Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental. Isso representa um aumento significativo após 150 a 190 deportações entre 2020 e 2023, e o maior número desde 2018, segundo o Ministério do Interior. No primeiro semestre de 2025, houve 149 deportações.
Depois da faculdade, Anver Hasanov iniciou um estágio como técnico em mecatrônica automotiva, do qual desistiu, além de um estágio como padeiro. Mais recentemente, trabalhou para uma grande locadora de veículos. Está desempregado desde fevereiro e recebe seguro-desemprego.
Encontrar um novo emprego é muito difícil devido ao seu status de residência, diz Hasanov. Sua autorização de residência expirou em 2018 e, desde então, ele possui um "certificado fictício" que precisa ser renovado a cada seis meses. Este documento serve como prova temporária da legalidade de sua residência. Seu certificado expira em poucos dias.
"Quero trabalhar e conquistar algo na vida", diz o jovem de 28 anos, que, apesar de todas as dificuldades, tem um emprego em vista novamente. Uma grande concessionária de veículos quer contratá-lo como técnico de manutenção de veículos. O pré-requisito: a renovação do seu certificado de não-emprego.
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