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A mudança para a atenção primária: PRONAM e a reconstrução do sistema de saúde mexicano

A mudança para a atenção primária: PRONAM e a reconstrução do sistema de saúde mexicano

Em um país onde os hospitais públicos estão sobrecarregados por complicações de doenças crônicas como diabetes e hipertensão, o Conselho Geral de Saúde (CSG) está promovendo uma mudança estrutural com os Protocolos Nacionais de Assistência à Saúde (PRONAM).

Não se trata apenas de um ajuste técnico, mas de uma mudança profunda na política de saúde delineada pelo Secretário David Kershenobich e sua equipe. A Dra. Patricia Clark, secretária técnica do CSG, que me concedeu uma entrevista, explica que os PRONAMs buscam restabelecer uma ordem vertical no sistema, tanto público quanto privado, promovendo uma interação fluida entre os níveis de atenção para aliviar a sobrecarga em hospitais especializados.

Imaginemos o cenário atual: um paciente com diabetes chega ao Instituto Nacional de Nutrição com complicações graves, como gangrena ou retinopatia, que podem levar à cegueira. "Detectar pré-diabetes no nível primário, com promoção e prevenção, não é o mesmo que detectá-lo em um hospital terciário, onde a amputação é necessária", explica o Dr. Clark. Essa mudança para a atenção primária – a porta de entrada para a saúde – não é nova globalmente, mas no México havia sido adiada. Com o PRONAM, buscam torná-la realidade padronizando o atendimento precoce, resolvendo os problemas nos centros de saúde antes que se agravem. Isso alivia a pressão sobre a atenção secundária e terciária, que estão sobrecarregadas com casos avançados que poderiam ter sido prevenidos. O objetivo: um sistema unificado onde o IMSS, o ISSSTE, o IMSS-Bienestar, o Sedena, o Semar e até mesmo os prestadores de serviços de saúde privados operem sob as mesmas diretrizes, progredindo em direção a um Sistema Único de Saúde.

A principal diferença entre o PRONAM e as diretrizes clínicas mais antigas reside na sua abordagem prescritiva. "As diretrizes fornecem recomendações flexíveis, como 'você pode usar A ou B'", explica Clark, que vem de uma formação em pesquisa e não de um serviço público, trazendo novos processos e rigor metodológico. "Um protocolo fornece diretrizes específicas: se a glicemia estiver alta, faça 1, 2, 3." Isso elimina a variabilidade e garante a eficiência. Ele observa que diretrizes desatualizadas, que se concentravam em doenças catastróficas e de alto custo, foram eliminadas e que seis protocolos de atenção primária agora são priorizados, cobrindo 80% da carga de doenças no México.

Esses protocolos concentram-se em seis áreas: diabetes mellitus e síndrome metabólica, hipertensão arterial sistêmica, doença renal crônica, obesidade e sobrepeso — as quatro principais condições crônicas —, além de duas preventivas: cuidados nos primeiros mil dias (da gestação ao segundo aniversário da criança) e vacinação vitalícia. Desenvolvidos por comitês multidisciplinares com especialistas de todas as instituições, esses documentos não são extensos — variam de 20 a 25 páginas — e incluem dados nacionais, indicando critérios diagnósticos, tratamento farmacológico e não farmacológico, além de esclarecer quando o encaminhamento para atenção especializada é justificado. "O que eu resolvo no nível primário e quando encaminho para níveis superiores", enfatiza Clark, promovendo essa integração vertical.

Para torná-los acessíveis, infográficos "bonitos e compreensíveis" já foram elaborados para médicos e pacientes. "Você pode usá-los em consultas: 'Olha, sua glicemia está alta, vamos fazer isso.'" Além disso, eles têm códigos QR — aproveitando o fato de que 90% da população usa smartphones — que direcionam para recursos como livros para pacientes. Os PRONAMs foram lançados em 3 de abril de 2025 e estão disponíveis em pronamsalud.csg.gob.mx.

O desafio agora é a implementação.

Patricia Clark planeja treinar médicos generalistas de 9.300 unidades públicas de atenção primária (4.900 do IMSS, 930 do ISSSTE, 3.500 do IMSS-Bienestar) e também os médicos dos 18.000 consultórios adjacentes às farmácias. "Não é fácil; o desafio é enorme", admite, mas prevê uma cobertura de 95% até o final de 2026. Começarão com cursos assíncronos autogeridos e avaliados, que serão pilotados antes de serem expandidos para o campo com médicos. O primeiro protótipo é para diabetes e a previsão é de que esteja pronto em outubro. Contará com o apoio de plataformas de treinamento existentes, como a Fundação Carlos Slim, a Fundação Best e outras como a Anafarmex, para garantir o alcance. "Não quero sobrecarregar ainda mais o médico, mas sim dar-lhe ferramentas para eficiência e atualização com as melhores evidências científicas", observa.

E um ponto crucial aqui é a articulação planejada com o Cadastro Nacional de Insumos para Saúde (CNIS), também gerido pelo CSG. "Queremos garantir que os medicamentos nos PRONAMs tenham uma chave CNIS para compras governamentais e disponibilidade nas farmácias", explica Clark. Isso fecha o ciclo: protocolos padronizados com os insumos disponíveis, fortalecendo a atenção primária e reduzindo as desigualdades. O caminho é gradual, diz ele, mas o potencial transformador é imenso.

Em suma, parece que os PRONAMs não são apenas protocolos; eles são a peça fundamental de uma reforma que reorganiza o sistema verticalmente, priorizando a prevenção e a equidade. Como diz o Dr. Clark Peralta, "a população deve apropriar-se deles". Se formos otimistas e eles forem bem implementados, o México poderá ter menos amputações, menos pessoas cegas devido ao diabetes e um sistema sustentável avançando. Só nos resta torcer por seu sucesso.

O bem-estar no local de trabalho hoje abrange saúde mental e emocional.

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Síndrome de Turner: uma condição genética que afeta milhares de mulheres

No âmbito do Dia Mundial da Síndrome de Turner, em 28 de agosto, especialistas pedem maior compreensão e apoio às mulheres afetadas por essa condição, que, segundo o Ministério da Saúde, afeta um em cada 2.500 recém-nascidos no México, e estima-se que 28.000 mulheres vivam com ela no país. Baixa estatura ou crescimento lento em meninas é um dos sinais de alerta, mas vai além, pois também envolve problemas renais e cardíacos. No entanto, apesar de sua prevalência, 90% dos casos não são diagnosticados a tempo. Não há cura, mas existem opções que melhoram a qualidade de vida, como o hormônio do crescimento e o atendimento multidisciplinar com manejo integral e personalizado.

Eleconomista

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