Solidão, obesidade e dor contribuem para a depressão. E a própria depressão alimenta ainda mais problemas de saúde.
A depressão não decorre apenas de condições sociais e de saúde difíceis, mas também agrava seus efeitos, de acordo com um novo estudo internacional publicado na Nature Mental Health. Cientistas do Instituto Karolinska e da UMC de Amsterdã, analisando dados genéticos, comprovaram que a depressão tem dois lados: é causa e consequência de muitas doenças.
Um estudo conduzido por cientistas do Departamento de Epidemiologia Médica e Bioestatística do Instituto Karolinska confirmou que a depressão unipolar (TDM) não é um transtorno isolado. É uma doença subjacente a uma rede de problemas de saúde e sociais.
Como diz a co-autora do estudo Joëlle Pasman, da Amsterdam UMC e Karolinska Institutet:
"Mostramos que a depressão está por trás de uma rede de problemas de saúde. Não é apenas uma doença devastadora em si, mas também aumenta o risco de muitas doenças e é desencadeada simultaneamente por fatores sociais, comportamentais e médicos."
Até agora, tem sido difícil responder à pergunta: o que vem primeiro — depressão ou problemas de saúde? Os pesquisadores usaram a randomização mendeliana , que permite determinar a direção dos relacionamentos usando dados genéticos.
A equipe analisou mais de 200 características associadas à depressão e determinou relações precisas de causa e efeito para 135 delas . Isso permitiu identificar quais fatores contribuem para a depressão e quais são suas consequências.
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Fatores que aumentam o risco de desenvolver depressão incluem solidão, baixa renda, obesidade, dor crônica, menarca precoce, tabagismo e atividade física limitada.
Por sua vez, pessoas com predisposição à depressão são mais vulneráveis a problemas como doenças cardíacas, diabetes tipo 2, hipotireoidismo, inflamação, dor crônica , bem como dificuldades de relacionamento, menores níveis de educação e renda e aumento de pensamentos suicidas.
Em muitos casos, o relacionamento acabou sendo bidirecional – por exemplo, a depressão aumenta o sentimento de solidão, e a solidão promove a depressão , criando um ciclo vicioso.
De acordo com o principal autor do artigo, Lu Yi, do Karolinska Institutet:
A depressão deve ser vista tanto como resultado de condições sociais e médicas adversas quanto como um fator-chave para a saúde precária. Esse duplo papel destaca a importância de estratégias preventivas que abordem causas modificáveis, garantindo, ao mesmo tempo, tratamento oportuno para limitar a cascata de consequências negativas.
Isso significa que combater a depressão de forma eficaz requer uma abordagem dupla : abordar simultaneamente os fatores de risco (como tabagismo ou obesidade) e tratar a condição em si. Só assim será possível quebrar o ciclo vicioso em que a depressão e outros problemas se reforçam mutuamente.
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