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Incêndios não dão tréguas: estradas cortadas, frentes ativas e situações mais preocupantes

Incêndios não dão tréguas: estradas cortadas, frentes ativas e situações mais preocupantes

Num comunicado relativo ao balanço das 12:45 de hoje, a Guarda Nacional Republicana (GNR) adianta que estão interditadas à circulação a EN236, entre as localidades de Castanheira de Pera (distrito de Leiria) e Alfocheira (concelho de Lousã, distrito de Coimbra); e a EN342, entre as localidades de Portela de Albergaria (limite do concelho da Lousã) e Ponte de Sótão (concelho de Góis, também distrito de Coimbra).

No distrito da Guarda, no concelho de Pinhel, estão cortadas a EN222, entre as localidades de Freixedas e Gouveias, e a EN340, nas proximidades das localidades de Freixedas, Pêra do Moço e Pinhel.

Ainda no distrito da Guarda, estão interditadas a EN233, concelho da Guarda, nas proximidades das localidades de São Bartolomeu Vale Mourisco e Quintas; e, no concelho de Sabugal, a EN324, nas proximidades das localidades de Quinta das Vinhas, Cerdeira, Rapoula do Coa e as Termas do Cró.

Na nota de imprensa, a GNR lembra que o todo o território continental está sob situação de alerta e estão proibidas as queimas e queimadas, assim como trabalhos rurais com recurso a máquinas.

Incêndios em Portugal Pinhel créditos: LUSA
Falta de visibilidade impede aviões de agir na frente de Foz Côa

A falta de visibilidade está a impedir os aviões de atuarem na única frente ativa do incêndio com origem em Sátão e Trancoso, virada para Vila Nova de Foz Côa, disse à agência Lusa o responsável pelo combate.

“Estamos com uma dificuldade, porque temos aqui os meios aéreos disponíveis, os de asa fixa [aviões], mas não conseguimos, ou seja, não temos visibilidade e não há condições de segurança para eles entrarem”, admitiu cerca das 12:00 à agência Lusa o comandante no terreno, David Lobato.

O também comandante Sub-regional do Médio Tejo, que assumiu o comando do “complexo Sátão/Trancoso” no dia de hoje, disse que foi feito um voo de helicóptero para analisar a segurança e “a recomendação do piloto é de que não há segurança”.

“É um ‘handicap’ à nossa estratégia, mas temos de aguardar que as condições melhorem para haver segurança” e os aviões combaterem naquela que chama a frente três deste incêndio que teve início em dois, em Sátão e Trancoso.

David Lobato acrescentou que essa “frente ativa tem acessos inacessíveis por via terrestre” e daí “haver esta dificuldade no combate”, assim como “esperar que a rotação de vento da tarde não provoque reacendimentos no trabalho que já foi aí feito”.

No momento, disse, o incêndio que “está dividido em três frentes, tem “duas que entraram já em resolução, a de Sátão e a de Sernancelhe”, as duas em municípios do distrito de Viseu.

A referida frente três está virada a Mêda, Vila Nova de Foz Côa, Fornos de Algodres e Trancoso, concelhos do distrito da Guarda, “e é essa ainda que não está com perímetro controlado, portanto, está ainda ativa e até dividida em duas”.

“Essas duas frentes não são muito grandes, mas ainda não conseguimos circunscrevê-las, precisamente por causa dos acessos difíceis”, reforçou o comandante David Lobato.

Os trabalhos da noite permitiram “ter algumas janelas de oportunidade, com pouca entrada de humidade, mas houve alguma, e foi possível debelar a maior parte das duas frentes” que entraram em resolução.

Frente ativa em Arganil ameaça outra vez a Pampilhosa da Serra

A frente ativa do incêndio de Arganil, junto à povoação de Relvas, ameaça estender-se ao concelho da Pampilhosa da Serra, uma constante ao longo dos últimos dias, disse o presidente da Câmara Municipal.

O município da Pampilhosa da Serra tem sido afetado, em vários locais, pelo incêndio com origem em Arganil, e a frente atualmente mais preocupante volta a ameaçar a Pampilhosa da Serra, pela localidade de Cartamil, disse à Lusa o autarca Jorge Custódio.

Aquele local, onde existe uma ribeira, uma zona de lazer e uma ponte com o mesmo nome, fica num vale pronunciado que se estende para sul entre vertentes escarpadas da serra do Açor, e onde se localizam várias pequenas aldeias.

“É a frente que mais nos preocupa, vem do lado de Arganil e está a descer a encosta da Teixeira e das Relvas, Relvas sobretudo. Neste momento, esse fogo ainda não está na Pampilhosa [da Serra], mas se continuar, como se prevê, vai passar a linha de água para o lado da Pampilhosa”, explicou.

Passando a ponte em Cartamil, vale abaixo a aldeia mais próxima é Mata, outra das localidades que pode vir a ser ameaçada.

Por outro lado, caso o incêndio se estenda para a encosta do lado poente, poderá dirigir-se a Fajão, a dois quilómetros de distância de Cartamil, uma das localidades mais conhecidas e concorridas daquela zona e onde se situa o ‘Geocospe’, o observatório astronómico do projeto Dark Sky Aldeias de Xisto.

Segundo Jorge Custódio, o território da Pampilhosa da Serra mantém, por outro lado, uma frente ativa no nordeste do concelho, ao cimo da aldeia de Meãs, também derivada do incêndio que nasceu em Arganil na quarta-feira, e se estendeu ainda aos concelhos de Oliveira do Hospital, Seia (Guarda) e Covilhã (Castelo Branco).

O autarca notou que existem meios operacionais no terreno, mas observou que os bombeiros, depois de vários dias a combater o incêndio, estão esgotados.

Incêndios em Portugal Sabugal créditos: LUSA
Linha de fogo com dez quilómetros e nova frente preocupam no Sabugal

Populares e operacionais estão a travar uma “luta inglória” contra o incêndio que lavra desde sexta-feira no concelho do Sabugal, no distrito da Guarda, e tem uma frente com cerca de 10 quilómetros.

“A frente do fogo vai do Baraçal a Peroficós, são cerca de 10 quilómetros. O problema é que não temos visibilidade nenhuma e não sabemos por onde anda o incêndio”, declarou Vítor Proença, presidente da Câmara do Sabugal, à agência Lusa.

Na zona sul do concelho raiano do distrito da Guarda há, esta manhã, outra frente ativa que está a aproximar-se da localidade de Bendada e que é motivo de preocupação.

“A situação é mais complicada porque as chamas estão a avançar com força para a Bendada e para a Quinta do Clérigo, uma anexa da freguesia de Águas Belas”, afirmou o edil sabugalense.

Vítor Proença volta a lamentar a falta de meios no teatro de operações. “Estão 160 homens a combater as chamas no Baraçal, mais 64 na zona da Bendada. Precisávamos do dobro, no mínimo”, disse. Há ainda um meio aéreo a atuar em cada frente.

A chegar ao Sabugal está também um reforço da Unidade de Emergência Proteção e Socorro (UEPS) da GNR com 30 homens.

“A população tem sido inexcedível, com autotanques, tratores e a sua disponibilidade para ajudar no combate às chamas”, elogiou o presidente da Câmara do Sabugal.

Fogo no Douro Internacional não dá tréguas em três concelhos

O incêndio rural que deflagrou na tarde de sexta-feira no concelho de Freixo de Espada à Cinta, no Douro Internacional, continua hoje a não dar tréguas aos bombeiros devidos a três pontos onde as chamas são de difícil combate.

Estes três pontos “preocupantes” estão junto à aldeia de Mós, no concelho de Torre de Moncorvo, em Lagoaça, nas arribas do Parque Natural do Douro Internacional (PNDI); no concelho de Freixo de Espada à Cinta; e na área das encostas do rio Sabor, em Mogadouro, no distrito de Bragança.

Em declarações à agência Lusa, o comandante sub-regional das Terras de Trás-os-Montes da Proteção Civil, João Noel Afonso, disse que durante a madrugada foi possível neutralizar as três frentes do incêndio, mas ficaram estes pontos ativos.

“Não é possível meter meios de combate nestes locais devido aos difíceis acessos e não podemos contar com os meios aéreos devido à fraca visibilidade nesta região”, explicou.

Segundo o comandante, apesar de grande parte do incêndio estar estabilizada, estes três focos não estão a dar tréguas.

João Afonso não espera melhorias relativamente à visibilidade para a atuação dos meios aéreos durante esta tarde.

Portugal a arder desde julho

Portugal continental tem sido afetado por múltiplos incêndios rurais desde julho, sobretudo nas regiões Norte e Centro, num contexto de temperaturas elevadas que motivou a declaração do estado de alerta, em vigor até domingo.

Os fogos provocaram um morto e vários feridos, na maioria sem gravidade, e destruíram total ou parcialmente casas de primeira e segunda habitação, bem como explorações agrícolas e pecuárias e área florestal.

Portugal ativou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, ao abrigo do qual deverão chegar, na segunda-feira, dois aviões Fire Boss para reforço do combate aos incêndios.

Segundo dados oficiais provisórios, até 16 de agosto arderam 139 mil hectares no país, 17 vezes mais do que no mesmo período de 2024. Quase metade desta área foi consumida em apenas dois dias desta semana.

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